Márcio França acredita que pode repetir 2018 e seguir para segundo turno

O candidato pelo PSB cresceu nas pesquisas e aparece na quarta posição na corrida pela prefeitura de São Paulo

Renato Carbonari Ibelli
23/Out/2020
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Márcio França acredita que pode repetir 2018 e seguir para segundo turno

Em ascensão nas pesquisas de intenção de votos para prefeitura de São Paulo, Márcio França (PSB) acredita em uma arrancada final que o levará ao segundo turno, a exemplo do que ocorreu em 2018, quando surpreendeu ao superar Paulo Skaf (MDB) e seguir na disputa pelo governo do estado com João Doria (PSDB).

Nas contas de França, em algumas semanas estará com 15% das intenções de votos, dividindo o segundo lugar com Guilherme Boulos (Psol) e Celso Russomanno (Republicanos).  

Pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira (22) mostra França saindo de 8% para 10% das intenções, Boulos avançando de 12% para 14% e Russomano em queda, de 27% para 20%, sendo superado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que foi de 21% para 23%.

“Já ganhei deles [do PSDB] antes com mais de 1 milhão de votos aqui na capital. Tenho bom tempo de tv, vários vereadores apoiando, mas sou prejudicado pela falta de debate. Sabem que se eu for para o segundo turno eu ganho”, disse França durante debate com empresários promovido nesta sexta-feira (23/10) pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O candidato pelo PSB acredita que os debates mostrariam as fraquezas de seus adversários atuais. Disse que Russomanno, ao colar a imagem ao presidente Bolsonaro, espelha o “Bolsodoria” de 2018. Depois de eleito, Doria descolou do presidente e passou a divergir de suas posições. “A população ficou chateada com essa situação”, disse.

Quanto a Boulos, outro adversário pela proximidade nas pesquisas, França acredita que “seu extremismo” limita seu desempenho. “Ele quer acabar com a Polícia Militar. Quem vai proteger a população”, questionou o candidato.

Ele ainda espera que os votos em Jilmar Tatto (PT) cresçam com a maior presença do ex-presidente Lula na campanha do petista, o que arrancaria votos de Boulos. “Colado em Lula, Tatto pode chegar a 10% nas pesquisas”, afirmou.

ACORDO PARTIDÁRIO

França disse que não há rotatividade de poder em São Paulo porque a cidade está refém de um acordo partidário. “O MDB fica com a prefeitura, o DEM com o governo do estado e o PSDB com a presidência. É isso que querem... prefeito não pode ser cabo eleitoral”, disse.

O candidato afirmou que dos 27 mil contratos em andamento na capital paulista, 92% envolvem as mesmas empresas há mais de 20 anos. “Toda a máquina empurra favoravelmente à reeleição do atual prefeito.”

Um exemplo citado por França são as empresas de transporte, que segundo ele não responderiam mais à prefeitura, mas a vereadores. “A prefeitura não conseguiu integrar a SPTrans. Aliás, qualquer assunto envolvendo transporte tem que falar com vereador.  A prefeitura está terceirizada, virou um sub-gabinete na câmara.”

CAOS PÓS-PANDEMIA

O candidato pelo PSB disse que há grande chance de o caos se instalar em São Paulo a partir de janeiro, quando acabam o auxílio emergencial e os acordos de redução de salários entre empregadores e empregados.

“Em janeiro 27% da população de São Paulo, que hoje recebe o auxílio emergencial, deixará de ter a ajuda. Se deixarmos essa multidão sem amparo, evidentemente que teremos tumulto”, afirmou França.

O candidato disse que seu plano de governo reserva R$ 2,5 bilhões do orçamento da cidade para evitar que essa situação ocorra. Para conseguir o recurso planeja cortar 99% dos cargos comissionados, o que garantiria uma economia de R$ 800 milhões em um ano, pelas suas contas.

O restante seria obtido resgatando valores a receber de convênios feitos no passado entre a prefeitura e organizações sociais. “Tem R$ 1,7 bilhões de saldo”, disse o candidato.

O recurso, pelos planos de França, seria usado como auxílio pós-pandemia a desempregados, que receberiam capacitação, mas teriam de participar de atividades comunitárias três dias por semana.   

CRÉDITO PARA EMPRESAS

França disse ainda a empresários que participaram do debate na ACSP que seu projeto traz a criação de linhas de crédito no valor de R$ 20 mil para comerciante reabrirem seus negócios. “O valor será subsidiado pela prefeitura e poderá ser reembolsado em 24 meses, sem juros e correção”, disse.

Para os empreendedores, o candidato disse que haverá empréstimo de R$ 3 mil, valor que poderá ser quitados em 30 prestações.

Além do recurso financeiro, o candidato à prefeitura de São Paulo disse que vai estimular os pequenos empresários da cidade a produzirem. “A prefeitura ainda não comprou os uniformes para os estudantes. Quero que as pequenas confecções produzam esse material.”

França criticou a forma como o prefeito Bruno Covas, que lidera as pesquisas, conduziu a volta às aulas. “É mentira que tem aula remota pra criança pobre. Meus netos estarão na tabuada do 9 e eles [alunos pobres] na do 3. Eles não têm celular, tablet.”

O candidato pelo PSB disse que pretende abrir todas as escolas públicas o quanto antes para que em setembro seus alunos estejam no mesmo patamar daqueles das escolas particulares.

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