Certificado digital ganha versão mais eficiente
Novo formato possibilita acesso de qualquer máquina ou dispositivo, sem necessidade de token ou cartão criptográfico, diz Leonardo Gonçalves, diretor da Certisign (na foto)
Ambiente em nuvem é tendência para diversos serviços e produtos. Um exemplo é o certificado digital, que consiste em uma identidade eletrônica para pessoas e empresas, permitindo a realização de trâmites burocráticos como emissão de nota fiscal, assinatura de documentos e transferência bancária.
Um advogado que tem certificado digital não precisa ir ao fórum para protocolar uma petição. Pequenas e médias empresas que querem vender para o poder público ou participar de processos licitatórios precisam ter certificado digital ? que garante validade jurídica a todo o processo de tramitação e assinatura de documentos, reduzindo a possibilidade de fraudes.
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Com o certificado digital na nuvem já lançado no Brasil todos os dados de identificação e autenticação dos usuários ficam guardados em servidores na internet, eliminando a necessidade de mídias físicas criptográficas como cartões e tokens.
Para atualizar os empreendedores sobre essa nova realidade, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, na última quinta-feira (14/2), palestra em sua sede (no centro da capital paulista).
A apresentação foi feita pelo diretor da Certisign, Leonardo Gonçalves. Em janeiro deste ano, a emissora brasileira de certificados digitais lançou seu certificado na nuvem. “O Remote ID é uma nova forma de armazenagem e resolve vários problemas do dia a dia”, frisou Gonçalves.
“O uso de certificados digitais vai aumentar muito ainda. O governo federal tem o projeto do governo eletrônico, e tudo que for possível informatizar nos atendimentos ao público e às empresas será automatizado. E grande parte disso, obviamente, vai exigir certificado digital. A duplicata eletrônica, quando for regulamentada, permitirá emissão e assinatura por meio de certificados digitais”, destacou Marcel Solimeo, economista da ACSP.
"O certificado digital na nuvem traz muitas novidades e oportunidades incríveis, e nós da ACSP estamos sempre atentos a essas mudanças”, disse Roberto Mateus Ordine, vice-presidente da ACSP. "Exemplo disso é esse evento, que encerra com chave de ouro a gestão de Alencar Burti à frente da ACSP, notabilizada por difundir inovações valiosas para o quadro de associados e os empreendedores."
MEIO FÍSICO
Até o ano passado, quem tinha certificado digital era obrigado a utilizar um meio físico, sem o qual seria impossível realizar as transações eletrônicas.
Se o certificado estivesse armazenado num computador, por exemplo, ele só poderia ser usado nesse mesmo computador. Mesmo que estivesse atrelado a uma mídia móvel (token ou cartão criptográfico), o certificado digital só poderia ser operado se o dono do cartão estivesse com ele no momento.
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Se por alguma razão o tivesse deixado em casa, teria de voltar para pegá-lo. “Com o Remote ID, ganha-se muito em mobilidade. O certificado pode ser usado de qualquer lugar, em qualquer dispositivo, a qualquer momento. Ele pode, inclusive, ser acessado simultaneamente em locais diferentes”, explicou Gonçalves.
Além da mobilidade, o modelo de certificação na nuvem garante rastreabilidade, pois deixa registrado todos os acessos feitos a um certificado. E elimina problemas de compatibilidade com sistemas operacionais e navegadores, visto que, na nuvem, o certificado pode ser acessado de qualquer máquina ou dispositivo.
TENDÊNCIA
A Certisign já comercializa o certificado digital na nuvem há três semanas; vendeu aproximadamente 1.200 unidades nesse período. “A tendência é de que, em dois ou três anos, todos os certificados migrem para a nuvem”, comentou Gonçalves.
IMAGEM: Renato Santana de Jesus/ACSP