OAB lança manifesto contra a corrupção e pela ética
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também subscreve o documento que será lido no sábado (9/12) na catedral da Sé
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está convocando a população para comparecer à catedral da Sé na manhã do próximo sábado (09/12), Dia Internacional contra a Corrupção, quando será lançado um manifesto e um movimento cívico que pretende "assumir o protagonismo na luta contra a corrupção e pelas mudanças de que o País tanto necessita", com compromissos com a ética, em favor do bem comum e o efetivo combate de práticas condenáveis no relacionamento cotidiano, pessoal e profissional.
"Estamos enfrentando um período difícil na história de nosso País, em que a ética e os princípios republicanos não têm norteado a ação de nossos representantes", inicia o manifesto, que será lido em uma cerimônia ecumênica. Ao lado de outras entidades da sociedade civil, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também subscreve o documento.
ÍNTEGRA DO MANIFESTO
"Neste dia 9 de dezembro de 2017, Dia Internacional contra a
Corrupção, independentemente de partidos e de posições políticas
e ideológicas, afirmamos e conclamamos o seguinte:
Estamos enfrentando um período difícil na história de nosso País, em
que a ética e os princípios republicanos não têm norteado a ação de
nossos representantes.
Inúmeros escândalos têm vindo à tona,
exigindo um esforço de todos para coibir esse mal, que mina as
melhores energias do Brasil dia a dia.
Uma Nação só se constrói com base em justiça, fraternidade e
solidariedade. Ninguém pode ser feliz tendo ao seu lado pessoas que
não têm uma vida digna e de respeito aos semelhantes. Uma
sociedade deve ser construída sob a teia da ética, de forma que a
convivência seja harmoniosa e edificada com confiança.
Entendemos que todos somos responsáveis por fiscalizar, cobrar,
votar e exigir transparência, probidade e moralidade. Cabe termos
uma participação cidadã, de modo que nós e nossos filhos possamos
ter um País no qual todos respeitem os princípios básicos e
fundamentais de uma Nação.
Em nossas atitudes cotidianas,
devemos dar exemplo com ações que demonstrem nosso
compromisso com a equidade, a honestidade e o interesse pelo bem
comum, reafirmando o nosso compromisso com a ética.
Ao mesmo tempo, os poderes constituídos são instados a cumprir
com o seu dever e não tolerar ilegalidades, especialmente
relacionadas à corrupção e desvios de conduta. Sejam perpetrados
por agentes públicos ou por elementos da iniciativa privada, todos os
atos ilícitos devem ser combatidos com leis mais eficazes, prática
judiciária efetiva e punição exemplar.
Fazemos neste documento um chamamento a todos,
indistintamente, para que possamos fazer um movimento cívico
buscando afastar as práticas condenáveis da corrupção e alertar
para a importância das eleições que se avizinham. Como cidadãos,
devemos ser criteriosos na escolha de nossos representantes, tanto
para o Executivo quanto para o Legislativo.
Esse é o caminho para
começarmos a mudar o quadro atual: escolhermos candidatos que
tenham uma vida pregressa ilibada, que sejam capazes, e que
tenham compromisso com o combate à corrupção, a defesa dos
valores democráticos e ideários republicanos, com a justiça social e
a diminuição da desigualdade existente".
São Paulo, 9 de dezembro de 2017