Na disputa pela prefeitura de SP, Matarazzo promete parcelar IPTU das empresas

O candidato pelo PSD participou de debate com empresários na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira, 5/10

Renato Carbonari Ibelli
05/Out/2020
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Na disputa pela prefeitura de SP, Matarazzo promete parcelar IPTU das empresas

Candidato à prefeitura de São Paulo, o empresário Andrea Matarazzo (PSD) promete criar um programa de parcelamento do IPTU para os comerciantes da capital, medida que, segundo ele, daria fôlego às empresas afetadas pela crise da covid-19 e reativaria a economia do município.

“É preciso tirar 70% do peso do IPTU nos primeiros meses, especialmente para os pequenos. Como contrapartida, os empresários garantem que não irão demitir no período do benefício”, disse Matarazzo durante debate com empresários organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira, 5/10.

A facilidade no pagamento do IPTU foi uma demanda dos empresários desde o início da quarentena, quando as empresas foram obrigadas a fechar as portas. O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse, também em debate na ACSP, que não seria possível deixar de cobrar o imposto porque sua arrecadação ajuda a financiar a saúde e educação municipal.

Matarazzo promete “abrir a caixa preta” do IPTU para ver como ele é calculado e corrigido. “A prefeitura fechou o comércio e fiscalizou de forma até truculenta, mas continuou cobrando IPTU e taxas”, disse.

Seu plano de governo prevê também um pacote de facilidades para os empresários que envolve a suspenção de taxas por até dois anos e a simplificação no processo de renovação de licenças.

“A prefeitura precisa sair do cangote da população, a palavra do cidadão tem de ter valor. O sistema de licenciamento on-line está previsto há 10 anos, mas ainda não funciona”, falou Matarazzo. “Se Haddad (o ex-prefeito petista Fernando Haddad) e o atual prefeito tem algo em comum, é a letargia”.

O candidato do PSD concentrou ataques ao prefeito Bruno Covas, que divide a ponta das pesquisas de intenção de votos com Celso Russomano (Republicanos).

Segundo Matarazzo, a atual gestão municipal adotou políticas equivocadas na pandemia ao fechar o comércio sem critério. “São Paulo não é Londres nem Paris, o isolamento não poderia dar certo. Imaginar que teríamos 70% de isolamento na cidade é não conhecer a cidade”, disse.

Esse percentual foi estabelecido pelo governo do estado no Plano São Paulo, que trata da flexibilização da quarentena. A taxa média no estado ficou em torno de 50%.

O candidato também criticou ações da gestão Covas que ganharam repercussão, com a reforma do Vale do Anhangabaú, considerada desnecessária para o candidato pessedista, e o fechamento do Minhocão. “O tema das discussões da prefeitura é o Parque Minhocão, como se os carros tivessem alternativas para trafegar naquela região.”

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Matarazzo prometeu um programa agressivo de regularização fundiária, o que envolveria a entrega do título de propriedade para moradores de áreas irregulares, e a legalização dos pequenos negócios existentes nesses locais com base na Lei da Liberdade Econômica.

“A periferia tem um potencial grande para o comércio, mas lá se vende contrabando e pirataria porque as empresas são irregulares. Se forem formalizadas, terão acesso facilitado ao crédito e poderão comprar de outras empresas formais”, disse o candidato.

Ele aposta que a regularização fundiária de regiões do extremo da cidade, com Brasilândia e Cidade Tiradentes, agilizaria obras de saneamento e de infraestrutura urbana. Com calçadas e iluminação boas, disse, a população teria mais confiança para consumir no comércio de bairro.

"Não precisaria se deslocar para shoppings", disse. 

Regularizando os extremos de São Paulo, segundo o candidato, empregos seriam gerados localmente. “Metade da população da capital mora na periferia, mas 90% dos empregos estão no centro expandido. Ou seja, metade da população passa pelo menos quatro horas dentro de ônibus e dorme menos de cinco horas por dia”, disse Matarazzo.

Para ele, os R$ 70 bilhões que compõem o orçamento da cidade seriam suficientes para resolver os problemas das periferias de São Paulo.

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IMAGEM: Daniela Ortiz/ACSP

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