Interdição de shopping não inibe pirataria na 25 de março
Foi a segunda interdição do Shopping 25 de Março em dois anos. Próximo ao prédio, relógios, calçados e outros produtos falsificados continuavam a ser oferecidos

Nesta quinta-feira (21/02), fez uma semana que a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo (GCM) interditou o Shopping 25 de Março, na região central da cidade. Mais de 1,2 mil lojas foram fechadas no estabelecimento. Trezentos funcionários perderam o emprego.
O que motivou a interdição foram denúncias feitas à Justiça por diversas marcas. A reclamação:no local eram vendidos artigos falsificados e ilegais.
O movimento em frente ao shopping interditado na tarde desta quinta-feira era pequeno. Bem diferente do que ocorreu no dia da interdição, quando o entra e sai de vendedores foi grande. Na ocasião, 66 mil produtos foram retirados em sacolas das lojas do shopping.
Logo após a ação da GCM, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, visitou o local e lembrou que, em 2017, uma operação conjunta da Receita Federal e da prefeitura havia constatado a venda de produtos ilegais no centro comercial.
A interdição não inibiu a venda de produtos irregulares na região. Um segurança que trabalha em uma loja localizada em frente ao Shopping 25 de Março não hesitou ao responder se o estabelecimento fechado era o único que vendia produtos piratas nas vizinhanças.
“Todo mundo sabe que nesta rua e em todas as ruas próximas só são vendidos produtos ilegais. Os vendedores sabem, os consumidores também”, disse ele.
E uma rápida caminhada pela região comprova isso.
Um relógio, que em qualquer loja que negocia artigos de marcas famosas custa R$ 400, R$ 500, é vendido, bem em frente ao shopping interditado, por R$ 50.
Tênis de marcas famosas, comprados em lojas físicas, ou pela internet, por R$ 1 mil, são vendidos nas ruas 25 de Março, Florêncio de Abreu e Barão de Duprat por R$ 400.
Bijuterias, roupas, acessórios para celulares, a maior parte deles de origem chinesa, são encontrados na região, nas lojas, nos quiosques e no chão, sem que haja qualquer ação fiscalizadora da GCM.
IMAGEM: Wladimir Miranda/Diário do Comércio