"Vocês podem ir lá ajudar a financiar nossas rodovias, ir atrás de concessões de petróleo e gás", disse o ministro da Economia em palestra no evento "Brazil Day"
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (18/03), em conferência na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em Washington, nos Estados Unidos, que o Brasil está em busca de parcerias econômicas e que abrirá seu mercado para investimentos externos.
O discurso foi realizado no evento "Brazil Day", organizado pelo conselho empresarial Brasil e Estados Unidos, e Guedes aproveitou a ocasião para convidar os empresários do país a investirem em projetos brasileiros.
"Vocês podem ir lá ajudar a financiar nossas rodovias, ir atrás de concessões de petróleo e gás. Daqui a três, quatro meses, vamos vender o pré-sal. Todos vão estar lá: chineses, americanos, noruegueses", afirmou.
O ministro faz parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que está em visita oficial aos EUA e amanhã terá um encontro bilateral o líder norte-americano Donald Trump.
Citando a forte presença chinesa na economia nacional, atualmente o maior comprador de produtos brasileiros, Guedes disse que o país carece de infraestrutura e espera por ampliação de negócios com seus parceiros tradicionais.
O ministro fez uma provocação aos americanos sobre a relação do Brasil com a China. Ao dizer que o País está aberto a investimentos, Guedes foi claro a sinalizar que o Brasil continuará a fazer negócio com os chineses.
“Nós vemos vocês comerciando com chineses há anos. Por que nós não podemos? Por que não podemos deixar eles investirem em infraestrutura?”, questionou o ministro da Economia.
"Com problemas seríssimos em infraestrutura, os chineses querendo entrar, temos minerais, terra arável, então, claro, eles querendo entrar e nós olhando para os nossos parceiros", acrescentou.
Guedes fez um balanço da política econômica das últimas décadas e apontou o crescimento dos gastos públicos como uma herança problemática do país.
"A expansão descontrolada de gastos públicos durante 40 anos produziu a sequência de crises na taxa de cambio, inflação altíssima e, mais recentemente, o que podemos chamar de bola de neve do endividamento", disse.
Segundo ele, o Brasil "constrói uma Europa a cada ano", ao pagar dívida de mais de US$ 100 bilhões anuais, em referência ao Plano Marshall, que foi um projeto de investimento dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.
Guedes ressaltou que, em menos de 60 dias de gestão, o governo enviou o projeto de reforma da Previdência do país e enfatizou a necessidade da mudança.
"Já estamos quebrando antes do envelhecimento da população, temos que fazer com sabedoria no sentido de quem ganha mais paga mais, reconhecendo que a Previdência tem um princípio de não deixar ninguém para trás, mas não pode ser uma fábrica de privilégios", argumentou.
O ministro da Economia defendeu também a privatização de empresas estatais e ativos públicos, como forma de reduzir a dívida acumulada de R$ 4,3 trilhões.
"Não só as empresas estatais não estão funcionando com eficiência, mas prejudicando o crescimento de investimento privados. os investimentos públicos em colapso, por causa de seu próprio peso no orçamento", apontou.
Para Guedes, a eleição de Bolsonaro mostrou que a democracia brasileira é "estável" e "vibrante" e elogiou o perfil do presidente.
"Nossa democracia nunca esteve sob perigo, o presidente tem 30 anos de experiência no Congresso Nacional e se recusa a jogar o jogo que contaminou nossa política. Em vez da política de varejo, comprando apoio político, usando estatais, agora não, presidente eleito faz uma aliança entre conservadores e liberais. É uma aliança com princípios e valores, não é sobre dinheiro", afirmou.
*Com Estadão Conteúdo
FOTO: Alan Santos/Presidência da República
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