Confiança do consumidor paulista cresce após cinco meses em queda
Indicador da Associação Comercial de São Paulo avançou três pontos em junho ante maio. Mas desemprego ainda preocupa o consumidor
A confiança do consumidor do estado de São Paulo voltou a crescer após cinco meses seguidos de queda, de acordo com levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O recorte paulista do Índice Nacional de Confiança (INC) registrou 65 pontos em junho, alta de três pontos em relação a maio (62 pontos), mas bem abaixo dos 73 pontos de junho de 2020.
Esse indicador varia de zero a 200 pontos, sendo que pontuações acima de 100 revelam otimismo do consumidor.
A alta na comparação com maio, segundo a ACSP, reflete as expectativas de melhora da economia e da situação financeira. Já a situação atual preocupa o consumidor paulista.
O levantamento mostra que 58% dos entrevistados para o INC estão insatisfeitos com a situação financeira atual e o emprego.
O desemprego continua a preocupar o paulista. A pesquisa revela que 69% dos entrevistados conhecem alguém que tenha ficado fora do mercado de trabalho nos últimos seis meses.
“O aumento no ritmo da vacinação e a maior mobilidade urbana fizeram crescer a confiança no futuro, mas não mudaram a percepção da realidade”, diz Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP.
IMPACTO DA CONFIANÇA NO CONSUMO
Com receio de perder o emprego e a renda afetada, o consumidor de São Paulo prefere aguardar a situação melhorar antes de realizar compras envolvendo grandes valores.
Das pessoas ouvidas para o INC, 48% disseram não estarem seguras para comprar um carro ou uma casa, enquanto 46% não pensam em comprar fogão ou geladeira. O percentual é pior ainda do que em maio (47% e 42% respectivamente).
Diante desse quadro, segundo Solimeo, ainda vai demorar para que setores do comércio sintam a retomada da economia.
Para elaborar o INC foram entrevistados 887 consumidores, pertencentes a todas as classes sociais, na região metropolitana de São Paulo, no interior e no litoral.
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