São Paulo, 463, em busca da salvação
A cidade precisava e achou nas urnas um prefeito que pode errar, poderá não ser bom como se vendeu, mas certamente, está mostrando que pensa a cidade como um todo
Há quem reclame do prefeito João Dória por estar dando importância a detalhes de limpeza, pintura, pichação, murais, enquanto a cidade de São Paulo tem graves problemas estruturais e gerenciais. Não concordo.
A herança legada a Dória é que é maldita. Não só pelo que a gestão Haddad fez de ruim à cidade, tornando-a mesquinha e miserável, mas também pelo fato de que a ordem urbana começa pelo cuidado de zeladoria como o novo prefeito está fazendo.
Tudo até agora que nele acusam – e não sou seu advogado- é puro despeito de quem perdeu vexatóriamente a eleição e não se conforma com o fato de que a cidade, maciçamente, em primeiro turno, disse não à opção pela pobreza socializada defendida pelos adeptos do lulopetismo.
A retumbante vitória de Dória na periferia revela que os moradores de São Paulo, por sua maioria e todas as classes sociais, votou pela mudança de mentalidade que Dória representou e essa mudança implica em revogação dos conceitos ditos “sociais” que vigoravam, dando à capital paulista a condição de terra do vale tudo, do abandono, da miséria, quando todos aspiram viver numa cidade limpa, organizada, melhor, e em que todos tenham dignidade respeitada por uma administração voltada para a própria cidade e não para um projeto de poder de um partido.
As últimas administrações, com ênfase na do PT, bradaram aos quatro cantos que o bom era ser pobre. Pobre não quer pobreza. Periferia quer progresso, mudança, evolução e isso implica em começar pelo resgate do brilho, da grandeza, da limpeza, da cidade toda.
O resto é arenga de derrotado nas urnas e de quem perdeu a boquinha, de onde secavam os recursos públicos para alimentar parasitas partidários e grupos ditos sociais que na verdade são políticos.
Haddad pode ter tido lá –sua obrigação- uma ou outra coisa boa. Mas, no geral, arrasou a cidade.
Distribuiu a pobreza por todos os cantos e favelizou todos os baixos de viadutos. Foi condescendente , quando não apoiador , de movimentos de agressão à ordem e à própria população da cidade.
Quem faz barulho agora são os derrotados, muitos dos quais engajados dentro da mídia e que usam seus instrumentos de comunicação para dar vazão ao amargo sabor da derrota, nas urnas, e na periferia da qual o PT se achava dono.
São Paulo, em seu aniversário de 463 anos, precisava e achou nas urnas um prefeito que pode errar, poderá não ser bom como se vendeu, mas certamente, está mostrando que pensa a cidade como um todo, a partir de sua zeladoria e atendimento à miséria que o PT implantou nas esquinas.
Daí para a busca de soluções mais estruturais é um passo a ser seguido, embora, se saiba, que muitos deles não têm solução na atual tecnologia porque São Paulo passou do ponto faz tempo.
Sua administração é de crise permanente, ainda mais depois que o vendaval petista por ela passou três vezes. E foi agora varrido como Dória foi varrer a praça.
O resto é choradeira de perdedor.
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