Protestos contra cortes na educação alcançaram 170 cidades
Outras categorias, com a dos petroleiros, aderiram às manifestações. Em São Paulo, empregados das refinarias Replan e Recap pararam as atividades
Milhares de manifestantes realizam protestos contra cortes na educação básica e no ensino superior nesta quarta-feira, 15/05. Atos ocorrem em um total de 170 cidades, que incluem as capitais de todos os Estados e o Distrito Federal, além de cidades do interior.
Parte das escolas e universidades das redes pública e privada também aderiu às manifestações e cancelaram o dia letivo.
Em visita a Dallas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chamou os manifestantes de "idiotas úteis" e "massa de manobra".
Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), ao menos 32 escolas privadas da capital aderiram à paralisação. Dentre elas, está o Colégio Equipe, de Santa Cecília, região central, que divulgou um comunicado.
"Aderimos à paralisação em defesa da educação, da pesquisa, do trabalho dos professores e professoras de todo o país, do nível básico às pós-graduações das redes pública e privada", diz o texto.
Além disso, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom) também cancelaram as aulas desta quarta.
"A universidade reafirma seu apoio a todos aqueles que cotidianamente constroem o sistema educacional brasileiro, formando gerações e produzindo conhecimento necessário à soberania do Brasil. Acreditamos que a construção de um País justo e democrático vem a par com uma educação de qualidade e comprometida com a cidadania de todos", diz nota divulgada pela reitoria da PUC-SP.
Desde as 6 horas da manhã, estudantes, professores e servidores da Universidade de São Paulo (USP) protestam na Cidade Universitária.
Por volta das 7 horas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegou a bloquear a avenida Alvarenga, próximo ao portão principal de entrada da USP.
"Inicialmente esse dia de paralisação tinha sido convocado contra a reforma da Previdência e depois do anúncio de cortes de verbas nas universidades e nas agências de fomento federais, o movimento decidiu unificar os dois atos e organizar uma campanha comum", disse Luiz Felipe, diretor de base do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp),
Já, em Belo Horizonte, alunos, professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) participaram de um protesto contra os cortes. Os organizadores estimam 4 mil participantes, enquanto a Polícia Militar não divulgou números.
Na terça-feira, 14, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UFMG declarou "profunda indignação e apreensão" em relação ao anúncio do governo federal.
Ainda pela manhã nesta quarta, os manifestantes partem do campus Saúde até a Praça da Estação, também na região centro-sul, onde servidores das redes municipal e estadual de ensino também fazem ato. Em nota, a reitora da universidade, Sandra Regina Goulart Almeida, também presidente do conselho, afirma que a medida agrava "o quadro de restrições orçamentárias que a Instituição vem sofrendo nos últimos anos".
Em Salvador, por sua vez, alunos de escolas públicas e particulares estão com as aulas suspensas. O movimento também se opõe à reforma da Previdência.
Colégios de renome na capital baiana, a exemplo do Antônio Vieira e Sacramentinas e Portinari, aderiram à paralisação.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), com medidas como o bloqueio de verbas para as universidades e instituições, o governo prejudica a educação no Brasil.
PETROLEIROS
Petroleiros aderiram às manifestações. No Estado de São Paulo, empregados das refinarias Replan e Recap atrasaram em cerca de duas horas o início da jornada de trabalho pela manhã, informou o Sindicato dos Petroleiros Unificados de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP). O movimento não teve efeito na produção.
"Os sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) promoveram mobilizações em todo País, em protesto ao corte de investimentos na educação, à precarização das instituições públicas de ensino, à reforma da Previdência e às tentativas do governo de privatizar a Petrobras", afirmou o Sindipetro Unificado-SP em comunicado oficial.