O ano novo chegou. E as liquidações também
Em janeiro, mês tradicionalmente fraco em vendas, saldões dão fôlego extra ao caixa. Em redes como a Casas Bahia (acima) e Magazine Luiza, com a tradicional Liquidação Fantástica, descontos chegam a 70%
Em 2019, o varejo paulistano teve um desempenho bem melhor do que no ano anterior, com um empurrãozinho da liberação dos R$ 500 do FGTS e do saldo do PIS/Pasep, e deve fechar o ano com alta estimada de 2% a 3%.
Depois da Black Friday e do Natal, 2020 mal começou e redes varejistas e shoppings já se movimentam para desovar estoques excedentes e equilibrar o caixa com as liquidações de janeiro, espécie de termômetro da economia no início do ano que ajuda a dar fôlego ao caixa em um mês tradicionalmente fraco em vendas.
Desta quinta-feira, 2 de janeiro, até o próximo dia 12, a Casas Bahia e o Pontofrio queimam estoques nas lojas físicas, sites e apps das marcas com descontos de até 70% em todas as categorias. Nesta sexta (3/1), as lojas abrem às 6h.
Batizada de "Aqui todo mundo tá podendo", na Casas Bahia, e de "Liquidação Grandes Marcas", no Ponto Frio, o grande apelo da ação, além dos descontos, é o parcelamento das compras em até 30 vezes sem juros nos cartões das lojas.
Já tradicional, a 27ª edição da "Liquidação Fantástica" do Magazine Luiza, famosa pelos consumidores 'acampados' na porta das lojas, acontece nesta sexta-feira (3/1) também a partir de 6h em suas mais de mil unidades no país. Com descontos de até 70% e produtos para pronta entrega, a rede projeta vender o equivalente a 15 dias normais na data.
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A ação também se estende aos canais digitais: na edição 2019, com o apelo do frete grátis, o aplicativo Magalu foi o mais baixado e representou 60% das vendas online realizadas na época, de acordo com a varejista.
Alguns shoppings também já estão se movimentando neste sentido, como o Santana Parque Shopping (Zona Norte da capital paulista). Lá, o "Saldão de Verão" começa nesta quinta-feira (2/1) e se estende até domingo (5/1) com descontos de até 70% em lojas de artigos de vestuário e acessórios, chegando a eletrodomésticos e até eletroeletrônicos.
"É uma oportunidade para incrementar resultados das vendas de final de ano, além de liquidar estoques para renovar coleções", diz Ana Paula Niemeyer, gerente de marketing da Aliansce Sonae, administradora do shopping.
Em outro empreendimento da administradora, o Shopping Taboão, o "Saldão de Natal" também inicia neste dia 2 com descontos de até 70%, e é uma das ações mais esperadas da região, segundo a gerente de marketing Mariuche Ismerin. "O cliente já aguarda a oportunidade de encontrar o que procura por um preço acessível."
Ainda que as vendas de janeiro representem uma fatia importante do faturamento anual do varejo, boa parte dos artigos vendidos nos saldões geralmente são itens de mostruário, os não-renegociados com fornecedores ou as sobras não só do varejo, mas também da indústria.
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Inclusive de outras liquidações. "É um tipo de promoção muito ligada ao estoque, se sobra mais ou menos de um ano para outro", diz Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Como em 2019 as vendas foram melhores com a injeção de recursos do FGTS, os estoques ficam mais baixos, e nesses casos o varejo compra o que sobrou da indústria para liquidar."
Sem projetar números, o economista afirma que a expectativa é que não só nas liquidações de janeiro, mas nas vendas do comércio em geral, é de serem um pouco melhores.
No primeiro mês de 2019, de acordo com o Balanço de Vendas da ACSP, as vendas do comércio paulistano cresceram 2,2%, puxadas principalmente por vendas de eletroportáteis (liquidificadores, secadores de cabelo, chapinhas e etc), utilidades domésticas e artigos de moda praia.
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"Embora o desemprego continue alto e a informalidade também, as pessoas têm se virado de algum forma. Isso deve refletir na compra de bens de consumo", afirma, o que deve aumentar as vendas não só de grandes redes, mas do pequeno e médio comércio bem localizado, como na 25 de Março.
Vale lembrar, porém, de acordo com análise dos economistas da ACSP que, para 2020, uma melhora mais significativa nas vendas do comércio depende a manutenção da queda nos juros, o alongamento nos prazos de pagamento e a elevação nos indicadores de emprego.
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