Metaverso, novas tecnologias e novos desafios

Novas tecnologias impõem, sempre, o desafio a quem se aventura, de buscar entendê-las, visando a diminuição dos riscos de crimes e prejuízos financeiros

Flávio Filizzola D’Urso
07/Out/2022
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Muito se fala sobre este novo tempo na tecnologia. Verdadeiras revoluções estão ocorrendo, como computação quântica, web 3.0, blockchain, criptoativos e metaverso, palavras que já deixaram de ser desconhecidas e algumas inclusive já fazem parte do quotidiano das pessoas.

Além do conhecimento da expressão, muitas destas soluções estão sendo empregadas pelas pessoas e por empresas, na busca de se obter maior produtividade, maior eficiência, ou até mesmo como novas formas de obtenção de renda.

Com tudo isso, a revolução tecnológica se escancara, seja proporcionando novos ramos de trabalho, inclusive com a criação de empregos que antes não existiam, seja com a melhora na eficiência, seja na abertura de novos mercados para serem explorados, propiciando inúmeras oportunidades para quem a compreende.

Todavia, da mesma forma que o conhecimento sobre um determinado assunto torna seu conhecedor mais valorizado no mercado de trabalho, também se verifica um flanco de insegurança para pessoas que acabam se aventurando nestas novas áreas das quais é um profundo desconhecedor, vale dizer, sem conhecê-las.

Cita-se o exemplo dos criptoativos - um assunto que não é novo diante da velocidade das mudanças e transformações tecnológicas -, que já estão presentes na vida de muitas pessoas, porém, muitas vezes pela falta de um conhecimento básico sobre seu funcionamento, por vezes são utilizados para aplicar golpes.

Também o metaverso tem apresentado desafios constantes para quem nele se aventura, especialmente quando investimentos são realizados, como no caso da aquisição de terrenos e de criptoativos associados àquele metaverso, sem a cautela, análise e compreensão necessárias.

Este novo universo do metaverso, que tenta replicar a realidade, com foco na conexão social, através de realidade aumentada e ambientes virtuais, altera consideravelmente a forma de se utilizar a internet, para uma verdadeira imersão, com a experiência de estar dentro dela.

A mudança na forma de interação fica ainda mais latente quando se utiliza os óculos de realidade virtual e os controles/manoplas, uma vez que estes óculos atuam nos sentidos do ser humano da visão e audição, fazendo com que aquele que os utiliza se sinta verdadeiramente inserido em outra realidade, proporcionando a sensação de que esta outra realidade também é “real”.

Apesar do termo metaverso estar na moda, principalmente com a troca, em 2021, do nome da empresa Facebook para Meta (uma vez que o próprio Mark Zuckerberg disse acreditar que o metaverso é o futuro da internet e da tecnologia na vida das pessoas), interessante ressaltar que esta nomenclatura não é nova, tendo origem no livro de ficção científica “Snow Crash”, escrito por Neal Stephenson em 1992, e que trata de um entregador de pizza na vida real, que é um avatar de samurai no mundo virtual chamado “metaverso”.

Hoje, as plataformas mais procuradas de metaverso são: Decentraland, Axie Infinity, Horizon, Mesh, Sandbox, Fortnite e Roblox, pois oferecerem uma variedade de experiências, tais como: jogos, espaços de trabalho virtuais e entretenimento ao vivo (vide os shows de Travis Scott e Ariana Grande).

A Epic Games, desenvolvedora do Fortnite, posiciona seu produto não como um jogo (game), mas como uma rede social da Geração Z/Millenial, uma vez que os jovens realmente veem o Fortnite como uma plataforma multifunção.

Talvez o maior desafio para a concretização do metaverso seja a sua unificação, ou a possibilidade de aliar/integrar os vários metaversos existentes, que é a chamada interoperabilidade.

Também aqui, nesta realidade paralela e virtual do metaverso, alguns crimes e golpes já estão sendo praticados, demandando uma constante desconfiança por parte do usuário.

Neste ponto, recorda-se o caso da psicoterapeuta inglesa Nina Jane Patel, que, ao experimentar a plataforma de realidade virtual Horizon Worlds, da Meta, teve o seu avatar acuado e apalpado por um grupo de três ou quatro avatares masculinos, que tiraram fotos do ocorrido. Diante deste fato, verificou-se a importância de se estabelecer “barreiras de segurança” para os avatares, iniciando um debate sobre a possibilidade do cometimento de alguns crimes nesta realidade virtual, inclusive do crime de estupro.

Inegavelmente, diante de tudo isso, o que se necessita ao desbravar novos mares, é a busca por um mínimo de conhecimento específico sobre a tecnologia empregada, tentando, assim, conseguir diminuir os riscos a ela inerentes.

Este é um ambiente ainda pouco explorado e de muitos riscos. Novas tecnologias impõem, sempre, o desafio a quem se aventura, de buscar entendê-las, visando, assim, a diminuição dos riscos de crimes/golpes e prejuízos financeiros, os quais poderiam ser evitados ou mitigados com maior conhecimento e cautela.

 

IMAGEM: Freepik

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