Lawtechs: startups jurídicas se multiplicam
Empresas propõem arrumar a bagunça do setor e fornecem produtos e serviços que atendem as demandas de advogados, utilizando a tecnologia
Startups jurídicas, conhecida como lawtechs, ganham cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Segundo a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), o número de empresas do segmento cresceu cerca de 300% no desde 2017 e já conta com quase 150 startups do setor.
Com a proposta de “arrumar a bagunça” da área jurídica - cerca de 80 milhões de processos estão em tramitação no Brasil, segundo o relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça - as lawtechs fornecem produtos e serviços que atendem as demandas de advogados e escritórios.
“São softwares, aplicativos e plataformas que auxiliam a rotina de trabalho desses profissionais que agora podem gerir seus escritórios e processos e tornar o trabalho mais prático e produtivo” explica Renan Oliveira, cofundador do Previdenciarista - plataforma de conteúdo que auxilia a atualização do advogado previdenciário.
“Se antes as atividades dos advogados eram feitas de forma mais lenta e analógica, consumindo muito tempo, agora estes profissionais podem, por exemplo, automatizar etapas do trabalho, gerar petições pré preenchidas feitas a partir de documentos dos clientes, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS do INSS, além de gerenciar processos internos do escritório para facilitar o trabalho em ações judiciais”.
PREVIDENCIARISTA
Com cerca de 9 mil usuários, o Previdenciarista coloca à disposição dos assinantes uma ferramenta que calcula os benefícios previdenciários dos seus clientes a partir do envio do CNIS para a plataforma, indica a melhor aposentadoria e, dentro desse benefício, entrega as melhores petições pré preenchidas para o caso concreto.
Além disso, disponibiliza um cadastro dos clientes com procuração e contratos de honorários gerados automaticamente, ficha de atendimento e envio de documentos do cliente para a nuvem.
“O objetivo do Previdenciarista é utilizar a tecnologia para colocar à disposição do advogado conteúdos e ferramentas que otimizem o tempo gasto em tarefas rotineiras, como a redação de petições e elaboração de cálculos previdenciários com segurança”, explica.
De acordo com Renan, os próprios tribunais estão migrando para o processo eletrônico e muitos já migraram completamente, alguns já caminham até para o uso de inteligência artificial, o que reforça o grau de importância da tecnologia no setor nos últimos anos.
“Os profissionais do setor não podem ficar para trás nisso, pois correm o risco de ficarem obsoletos em suas atividades diárias”, finaliza.