Infecção generalizada

O mal é recorrente, alcança todos os partidos e de tal forma se entranhou na vida nacional, que hoje em dia não se pode mais falar em Brasil sem ligá-lo a uma doença

Paulo Saab
01/Jul/2016
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A Polícia Federal denominou de Sépsis a Operação deflagrada nesta sexta-feira (1/07), na qual, como o próprio nome batizado diz se refere à existência de uma septicemia, ou seja, uma infecção generalizada de corrupção no país.

Não se trata mais e apenas de verificarmos, estarrecidos, como o PT conseguiu, em pouco mais de 13 anos no poder, construir no Brasil a mais abrangente rede de extração das riquezas nacionais públicas para transformá-las em propriedade particular dos partidos, políticos, governantes, empresários, funcionários públicos, toda sorte de maus brasileiros, ladrões de aposentados e criancinhas.

Na verdade a infecção generalizada da corrupção apenas ganhou com o advento do petismo ao poder uma dimensão jamais vista.

Mas o mal é recorrente, alcança todos os partidos e de tal forma se entranhou na vida nacional, que hoje em dia não se pode mais falar em Brasil sem ligá-lo a uma doença, que se espera ainda seja curável -a inversão dos valores do que é certo e errado, com a exploração absurda do patrimônio público em favor de projetos pessoais, de grupos e organizações criminosas.

Na medicina, quando o paciente alcança um grau de infecção abrangente, o que acaba por levá-lo a óbito, se dá o nome de septicemia generalizada.

O Brasil, infelizmente, por suas instituições dos três poderes, e pior, por contaminação alastrada à sociedade pela falta de punição aos infratores, se encontra numa espécie de UTI acometido pela sem-vergonhice disseminada.

Do levar vantagem em pequenas coisas, como furar fila ou jogar sujeira na rua, ultrapassar pelo acostamento ou parar em fila dupla, para ficar em exemplos pequenos do cotidiano, a infração generalizada –e o crime- se tornaram parte da paisagem nacional, como um Cristo Redentor de braços abertos, expostos, a imagem e a infecção generalizada, aos olhos dos próprios brasileiros e do mundo.

Uma vergonha que, pode-se hoje, acomete ainda parte significativa da população honesta, mas seduz cada vez mais a que ingênuos incautos e portadores de má-fé, façam sua adesão a este pântano lamacento da realidade nacional.

Tenho certeza de que, como eu, milhões de brasileiros cumpridores de suas obrigações, pessoas honestas, sérias, sentem-se envergonhadas de suas instituições, de seus políticos, governantes, maus empresários, funcionários públicos e privados que se prevalecem das funções para levar vantagens, e, muitas vezes, até de amigos e parentes despudorados que buscam também ser mais espertos atropelando a ordem natural das coisas, a ética, a moral, os nos costumes, apostando sempre, na impunidade.

Quando Cícero. na antiga Roma, exclamou "Oh Tempores, Oh Mores", contra a depravação dos costumes, não tinha ideia do que seria o Brasil da era PT e asseclas.

Quando Ruy Barbosa disse no início do Século 20 que “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”, não tinha a mínima ideia de que no Século 21, o Brasil alcançaria seu exponencial máximo de algo que já nos afligia secularmente.

Estou profundamente envergonhado, enojado até, do cheiro e das atitudes que emanam do Brasil inteiro. Brasília, então, que asco!

Os maus brasileiros, todavia, não triunfarão. A parte decente do país, ainda majoritária, saberá varrê-los nas urnas e nas ruas diretamente para o lixo a que pertencem.

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