Governo de São Paulo define regiões que poderão flexibilizar quarentena
Capital paulista poderá ter shoppings abertos a partir de junho. Já as cidades da Grande São Paulo permanecerão com restrições mais duras. O governo paulista destacou a importância do diálogo com Alfredo Cotait Neto, presidente da ACSP e da Facesp, para elaboração do plano de retomada das atividades
O estado de São Paulo começa a flexibilizar as regras da quarentena a partir de primeiro de junho. Será um processo gradual, iniciado por cidades e regiões que apresentam redução consistente no número de casos de coronavírus e que possuem leitos disponíveis nas redes pública e privada de saúde.
Localidades com bons indicadores envolvendo esses dois critérios poderão sair do estágio atual da quarentena para uma segunda etapa, de maior flexibilização.
Nessa nova fase, grande parte do comércio terá autorização para abrir, assim como shoppings e escritórios comerciais. Todos deverão adotar um protocolo para reabertura que está disponível no site do governo do estado.
No caso dos shoppings, por exemplo, o fluxo deverá ser limitado a 20% do habitual, o horário de funcionamento reduzido e as praças de alimentação deverão ficar fechadas.
A cada semana, as diferentes regiões terão os casos de coronavírus e a capacidade do sistema de saúde analisados. Se os números estiverem estáveis, a região é movida para a fase seguinte. A fase três permitirá a abertura de bares, restaurantes e similares.
Por essa mesma sistemática, a fase quatro autoriza a abertura de academias de ginástica. E na quinta e última etapa, todos os setores, incluindo cinemas, teatro e eventos em geral, terão permissão para abrir.
Caso as análises semanais mostrem piora nos indicadores de alguma região, ela será movida para uma fase anterior. Ou seja, atividades serão novamente proibidas de funcionar.
“É um passo adiante bem planejado que permite a retomada gradual e segura de atividades. Mas alerto que a retomada depende da cooperação de todos e estaremos monitorando dia a dia os resultados. Se tivermos de dar um passo para trás, assim faremos”, disse o governador João Doria, em coletiva realizada nesta quarta-feira 27/05.
As escolas ainda não poderão reabrir. Pelos riscos envolvidos, terão um cronograma à parte.
REGIÕES QUE PODERÃO FLEXIBILIZAR A QUARENTENA
Pelo levantamento atual do governo do estado, permanecerão com a quarentena mais rígida as cidades da Grande São Paulo, Baixada Santista e da região de Registro.
Essas localidades possuem crescente casos de coronavírus e estão com o número de leitos hospitalares saturado.
Poderão seguir para a segunda fase a capital paulista, as cidades da região de Campinas, Piracicaba, Taubaté, Marília, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto, Araçatuba e Sorocaba.
Na fase três, que permitirá a abertura de bares, restaurantes e similares, estão Araraquara, São Carlos, Barreto, Presidente Prudente e Bauru.
É importante destacar que a reabertura das atividades nas cidades dependerá de decretos das prefeituras.
Nenhuma região do estado foi classificada nas fases 4 e 5, com as maiores flexibilizações.
Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do estado, destacou a participação das entidades de classe na elaboração do plano de retomada das atividades. Ela destacou o diálogo aberto com Alfredo Cotait Neto, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
“Cotait colocou a associação comercial à disposição para apoiar esse processo de reabertura, sempre com o uso dos protocolos para proteger os trabalhadores de todo o estado. Será uma retomada responsável”, disse a secretária.
MEGAFERIADO
Doria considerou positivo o resultado dos seis dias de feriados antecipados no estado. Segundo o governador, com as antecipações o isolamento social cresceu, na média, 2% no estado. “Parece pouco, mas os 2% representam 880 mil pessoas que respeitaram a orientação do governo do estado e as prefeituras”, disse.
Estimativas apresentadas pelo governo paulista indicam que, sem o isolamento, o estado de São Paulo teria atualmente 950 mil casos de coronavírus. Com o isolamento, o número atual é de 84 mil casos.
IMAGEM: Governo do Estado de São Paulo/divulgação