Estudo indica mais um ano de baixo crescimento para o Brasil
Economistas da Coface preveem que a economia global seguirá sentindo efeitos da inflação e do coronavírus e suas variantes
À espera de uma recuperação, a economia brasileira ainda tem desafios difíceis de serem superados. A inflação e a possibilidade do surgimento de outras variantes do coronavírus seguirão interferindo nos números, de acordo com estudo "Barômetro de Risco-País e Setorial 2022" feito pela Companhia Francesa de Seguros de Comércio Exterior (Coface), que considera dados econômicos de mais de 100 países.
Responsável pelo material, Patrícia Krause, economista da instituição, indica a continuidade da lentidão do crescimento da economia global. A previsão da Coface é um avanço de 4,1% da economia mundial em 2022, depois de uma expansão de 5,5% em 2021 e retração de 3,4% em 2020.
Patrícia explica que após dois anos de pandemia e a calmaria do terceiro trimestre de 2021, a variante Ômicron do coronavírus trouxe um cenário de imprevisibilidade que afetam a recuperação.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o estudo da instituição francesa pontua certa estabilidade este ano, após ter crescido 4,7% em 2021 e caído 4,1% em 2020. O Barômetro da Coface prevê que a inflação fique na casa de 10% no Brasil este ano.
A inflação deverá ser elevada também nas economias mais ricas, chegando próximo dos 8% nos Estados Unidos e perto de 6% na zona do euro, segundo a Coface. A inflação, segundo Patrícia, será uma preocupação fundamental para todas as economias em 2022 à medida que a recuperação dos preços das commodities continua.
Para o corpo de analistas da Coface, um dos maiores impactos da inflação alta será sobre a política monetária dos Estados Unidos, já que o Federal Reserve (banco central norte-americano) divulgou que irá elevar a taxa de juros.
"A inflação segue sendo impulsionada pelos preços dos produtos manufaturados em muitas economias. Nos Estados Unidos, os problemas com a oferta amortecem o ímpeto de recuperação", diz. "Na Europa, as interrupções nas cadeias de suprimentos, combinadas com uma forte demanda, elevam os preços aos produtores e tornam a energia mais cara".
O material descreve ainda que esses efeitos terão maior impacto nos países emergentes, nos quais as "condições financeiras mais precárias, somadas à desaceleração da economia global, vão criar um coquetel perigoso para essas economias".
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