Encontro com a realidade
O resultado do Estado controlador e do empresário assistencialista, que não respeita compromissos de controle das contas públicas, é essa crise econômica monumental
No Brasil, defender o liberalismo econômico é uma atividade quase que clandestina entre os políticos. Até os que fizeram o país avançar na diminuição do Estado e na abertura da economia não gostam de tratar do assunto em público.
O resultado do Estado controlador e do empresário assistencialista, que não respeita compromissos de controle das contas públicas, é essa crise econômica monumental, que vai se arrastando, convivendo com a crise política e agora a social. Inflação, mais recessão, clima hostil ao empreendedor, impostos exorbitantes e desemprego agravam as dificuldades dos menos favorecidos, esmaga as classes médias e provoca a fuga do dinheiro para portos mais seguros, provocando o desinvestimento.
O simples olhar para as economias que estão crescendo na América Latina, como Peru, Colombia e México, mostra o caminho a seguir.
E temos economistas e centros de estudos econômicos da melhor qualidade intelectual, embora nem sempre política. Exemplos são os institutos Von Mises, Millenium e Liberal, que reúnem o melhor do pensamento econômico moderno, cultuando os grandes economistas do Brasil recente, desde Eugênio Gudin a Roberto Campos.
Nada fazemos para atrair investidores estrangeiros, recebemos parcela mínima do capital disponível no mundo, mesmo com um mercado com a dimensão do nosso e a natural influência em todo o continente. E muito menos estimula-se o brasileiro a poupar e a investir, com a exorbitância tributária, o risco trabalhista, o custo da energia e dos transportes.
São temas que passam ao largo da pauta dos governos e do Congresso Nacional. A sociedade está perplexa, sitiada por entidades que pressionam justamente no sentido contrário,, com a cultura do preconceito contra o empresário e a iniciativa privada. A nova tragédia que pode se abater sobre Mariana, em Minas, será o fechamento da Samarco, satanizada por essas forças, que ignoram ser ela vítima do trágico acidente, mesmo que tenha ocorrido em ato de imprudência quanto à segurança da barragem.
Com esse tipo de pensamento, muito ao gosto bolivariano, só podemos prever para os próximos anos o destino da Venezuela. Pena!