Descalabro
A democracia se transforma em refém de dinheiro sujo tirado dos serviços que deveriam ser prestados à população, para servir de instrumento de perpetuação no poder
(descalabro
des·ca·la·bro
sm
1 Estado de decadência ou degradação; ruína.
2 Prejuízo elevado; dano, estrago.
3 Desorganização extrema; balbúrdia, caos. )
O cenário político brasileiro de março de 2017 é um descalabro.
Fruto de um passado nocivo, em que os agentes da vida pública se acostumaram a um sistema viciado -vício que o período de permanência do PT no poder transformou numa catástrofe criminosa pela extensão do roubo ao Tesouro para fins ilícitos -não se vislumbra saída a curto prazo da crise institucional que acomete o país, sem uma ruptura que não se sabe qual caminho seguirá.
Será o da ordem natural das urnas ou da revolta da maioria da população, absolutamente cansada e indignada com o comportamento da chamada classe política, envolvendo aí os três poderes da República.
República, aliás, que decai a olhos vistos tornando-se uma presa até fácil de oportunismos casuais.
É provável que o PT tenha, pelo caminho torto, prestado um serviço ao Brasil, mensurável somente com o passar de um bom tempo, ao perder a medida da obtenção de recursos partidários e pessoais com a corrupção das relações do governo com a banda podre da iniciativa privada.
Não fosse o abuso desmedido da transformação do governo em ente criminoso em conluio com forças da sociedade como as empreiteiras, por exemplo, e talvez o país jamais tomasse conhecimento de como a força produtiva nacional é roubada para alimentar grupos e pessoas do poder.
A chamada democracia, com eleições diretas, se transforma em refém de dinheiro sujo tirado dos serviços que deveriam ser prestados à população, para servir de instrumento de perpetuação no poder e em evidência de grupos oligárquicos, familiares, ideológicos, que se revezam no comando do país em busca do dinheiro sujo, em vez de realização para o crescimento e melhoria da qualidade de vida de sua gente.
A relação espúria de financiamento de campanhas com retribuição do governo eleito, por meio de obras e compras, superfaturamento e propinas, ganhou uma dimensão tão grande, enraizou-se na cultura politica da elite de tal forma e se expandiu na criminosa era do PT no comando de cargos tão relevantes, que de um sujo caixa 2 de então se transformou na maior organização criminosa de que se tem notícia, dando as cartas no comando do país, nos três níveis de poder.
A Operação Lava jato revelou tudo isso e muito ainda há a revelar. Hoje, qualquer brasileiro de bem se sente um idiota sustentando essa parafernália que o sistema político eleitoral brasileiro permitiu criar ao longo de décadas (e, repito, levado ao infinito pela ganância e má-fé petista) de modo a fazer com que as pessoas sintam engulhos só de ouvir o nome dos políticos, governantes, legisladores, julgadores, que infestam a mídia nacional de aleivosias, mentiras, enganações, em busca da perpetuação de seus criminosos objetivos.
Claro que há exceções, mas fala-se, aqui, agora, dos odiosos minoritários que a título de representar, legislar, governar e julgar a população se tornaram donos da verdade e da vontade nacional, de forma arbitrária, egoísta, irregular e criminosa.
Essa é a perversa equação em que o país se encontra. Quem governa, legisla, julga, atua, em nome do Estado, do governo e das decisões nacionais, são os envolvidos e responsáveis, antes-de-ontem, ontem, hoje e amanhã, pelo descalabro a que o país foi levado.
As mesmas pessoas acusadas, denunciadas, processadas, condenadas, são as que ainda decidem, agem, e continuam conspurcando contra os interesses reais da população brasileira, em favor da defesa de seus privilégios conquistados de forma criminosa, escusa, desonesta.
Toda sorte de excrescência foi e segue sendo praticada pelos agentes do mal instalados nos mais importantes cargos públicos da falida (por eles) República buscando salvar sua pele, manter os privilégios e se sustentarem-se.
Sem perceber que a cada gesto, atitudes, declaração, iniciativa, aumentam na população a raiva contra eles mesmos, o desencanto, a desilusão, a fé na autoridade pública, levando ao que começa ainda de forma inibida, mas deve se alastrar e se transformar numa situação perigosa de perseguição pública, nas ruas, aeroportos, restaurantes, etc., a quem tem feito tanto mal aos brasileiros.
Dentro desse descalabro que se acentua a cada dia partindo de Brasília, sem perspectiva de alterações dos quadros políticos e dirigentes a não ser pelas urnas em 2018 (se chegarmos como país interior até lá) as perspectivas são sombrias.
E, ainda, os brasileiros de bem têm que aguentar os petistas e seus aliados chupins dos cofres públicos, responsáveis todos pelo esgarçamento do fio de moralidade pública que havia, se arvorando de vítimas e querendo ser os salvadores do que eles mesmos destruíram e ainda seguem ateando fogo.
O Brasil de março de 2017 é um total descalabro.
descalabro
des·ca·la·bro
sm
1 Estado de decadência ou degradação; ruína.
2 Prejuízo elevado; dano, estrago.
3 Desorganização extrema; balbúrdia, caos.
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