Democracia com educação

A indignação com a situação de nossa economia, da política nacional e o suceder de escândalos têm levado a posturas que beiram à grosseria

Aristóteles Drummond
09/Dez/2015
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Até mesmo os magistrados nomeados pelos governos do PT têm sentido o peso da toga e tomado atitudes de independência e coragem.

O poder econômico, que sempre esteve impune em suas imprudências e ligações perigosas, está enquadrado e os políticos, seja de qual lado estiverem, estão ao alcance da Justiça.

Inclusive a crise política poderá até ser resolvida na esfera judicial, considerando o que tem sido publicado sobre irregularidades nas contas de campanhas eleitorais.

É preciso, como fala a voz popular, baixar um pouco a bola. Mais razão e menos emoção. E mais educação no trato em relação as pessoas envolvidas nesta confusão toda.

Pelas redes sociais, percebe-se certa intolerância em face de crise nacional entre os que procuram formar a opinião pública no Brasil.

Na verdade, a indignação com a situação de nossa economia, da política nacional e o suceder de escândalos têm levado a posturas que beiram à grosseria num público, que pelo nível cultural, deveria ter um comportamento mais equilibrado.

Não se trata de amenizar a gravidade dos fatos, todos relevantes, mas sim de pensarmos que o Brasil precisa justamente de união e equilíbrio para superar este momento difícil. E não será com o patrulhamento que vamos chegar a um bom termo.

O governador Pezão e o prefeito Eduardo Paes têm sofrido fortes cobranças pela solidariedade à presidente Dilma. Mas um mínimo de sensibilidade e responsabilidade apontam para uma postura de coerência e correção em função das altas responsabilidades de ambos.

Afinal, nosso Estado e nossa cidade vivem um momento decisivo com os projetos vinculados às Olimpíadas e o Estado ainda arca com a queda brutal em sua arrecadação. E o governo federal, de certa maneira, tem procurado ajudar. Não faria sentido uma postura demagógica, oportunista, com naturais reflexos no que está sendo feito.

A presidente venceu as eleições no Rio, o que dificilmente se repetiria hoje, já que está impopular e ainda mais seu partido. É preciso saber separar o julgamento do cidadão, eleitor e contribuinte, do titular de mandatos da responsabilidade de governador e de prefeito.

Comete grave engano avaliar o que pode acontecer com o Brasil no próximo ano, com momentos delicados na política como na economia.

Entre os atores da vida nacional, na verdade, apenas o Judiciário tem se apresentado com rigor, mas sem paixão, dando um bom exemplo para a sociedade. E alguns políticos independentes e de caráter.

 

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