Com apoio de vereadores, Covas estuda auxílio emergencial
Se aprovada no legislativo municipal, medida pode beneficiar mais 137 mil famílias, alcançando ao menos 1,7 milhão de moradores da capital paulista
A proposta feita pelo prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) de prorrogar por mais três meses o auxílio emergencial pago por causa da pandemia de covid-19 uniu representantes da base aliada e da oposição em um novo debate sobre o alcance do programa.
Vereadores de ambos os lados defendem a ampliação do número de pessoas atendidas em ao menos 33% para contemplar a fila de espera do Bolsa Família.
Se aprovada, a mudança pode beneficiar mais 137 mil famílias, alcançando ao menos 1,7 milhão de moradores.
Aprovado em primeira votação na semana passada, o projeto encaminhado por Covas à Câmara mantém as mesmas regras definidas no ano passado.
Em dezembro, logo após a reeleição, o prefeito pagou o benefício pela primeira vez a 420 mil famílias inscritas no programa federal - são R$ 100 mensais a cada integrante. Como já era fim do ano, o auxílio foi executado em parcela única.
Votado na quinta-feira, 11, o texto original do Executivo recebeu 50 votos favoráveis - dos 55 possíveis. O quórum foi atingido com o apoio da oposição, que teve a garantia do líder do governo, vereador Fabio Riva (PSDB), de juntos construírem uma proposta mais ampla.
Riva afirmou que dois cenários são estudados: o aumento do valor oferecido - o PSOL defende que chegue a R$ 350 por indivíduo da família - ou a ampliação do alcance, opção considerada mais factível.
"Ao longo desta semana vamos conversar com o Executivo para sabermos se há abertura orçamentária para isso. E também calcular qual seria o impacto financeiro de atender quem está na fila do Bolsa Família. Seriam cerca de 137 mil famílias a mais. Gente que já passou por todo o processo de cadastro na Prefeitura, mas que o governo federal ainda não inclui entre os seus atendidos", afirmou Riva. "Eu vou levar essa demanda, foi o que combinamos."
Como está, o programa tem custo estimado em R$ 420 milhões. Para que se chegue a um consenso entre os vereadores das diversas bancadas, o presidente da Casa, Milton Leite (DEM), adiou a votação final para o dia 23. "Até lá vamos tentar construir um texto em conjunto", completou Riva.
O tema voltou ao Legislativo municipal diante da demora do governo Bolsonaro em decidir de volta a pagar o auxílio, encerrado em dezembro.