Campanha eleitoral atípica

Com a pandemia, as redes sociais serão inundadas por toda a sorte de mensagens. Até verdadeiras, em meio ao festival de aberrações apresentadas ao eleitorado. Por isso é preciso votar com a razão

Paulo Saab
28/Set/2020
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...” não dê seu voto sem antes aprofundar o conhecimento sobre quem vai receber essa procuração que você vai passar para eles em cartório (a urna é um cartório eleitoral).”

A campanha eleitoral que hoje se inicia é a mais atípica da história da República. Começa que sua data original foi transferida, em primeiro turno, para 15 de novembro, por “coincidência”, Dia da Proclamação da própria.

Segue que se trata de um pleito em meio a algo nunca visto antes na história (a peste foi em outra tecnologia). Uma pandemia causada pelo novo coronavírus que foi transformado, além de seus malefícios naturais, numa arma política contemporânea por maus governantes e políticos de intenções duvidosas. 

A forma tradicional de campanha eleitoral se modifica a cada sufrágio. Nunca se alterou tanto como nesta oportunidade em que há quarentena, proibição de aglomerações (cada vez menos obedecidas) e prazo curto de apresentação dos candidatos.  

Vai ser um festival de mentiras, promessas, desinformações e até muita trapaça. Isso pouco difere de campanhas anteriores. O que a deixa mais atípica é o fato de que hoje existem as redes sociais e o eleitor vai ser inundado por toda sorte de mensagem. Até verdadeiras, se puderem ser distinguidas em meio ao festival de aberrações que se apresentam ao eleitorado.

O que mais se pode recomendar ao eleitor (abrangendo, claro, as eleitoras) é que haja uma análise de cada candidato, e de suas propostas e promessas, muito mais apurada do que já possa ter sido. Embora raramente algum eleitor apure isto na hora de escolher em quem votar.  

Poucos, os que votam, se dão conta de que, ao escolher um nome para a prefeitura de sua cidade, para a Câmara de Vereadores, estão dando uma procuração em branco, como se passada em cartório, para que nos próximos 4 anos, os escolhidos, decidam, falem, atuem, em nome de quem concedeu a procuração.

Ocorre que os eleitos, em sua ampla maioria, irão, também decidir, atuar em nome próprio, em defesa de interesses pessoais, grupais, partidários. Quase nunca em nome de quem os elegeu.

Estão se apresentando ao eleitorado políticos corruptos, partidos criminosos, gente de incapacidade técnica e (in)competência demonstrados nos últimos 15,20 anos, e que vivem da cau$a pública. Do dinheiro arrecadado dos pagadores de impostos.

E nos munícipios a incidência é grande. Tem ISS. Tem IPTU, tem parte do IPVA, tem parte do ICMS, e muitas taxas, tarifas, extorsões. A demagogia vai imperar. A falsidade. A aleivosia. A desfaçatez. Prepare-se, eleitor.

Mas, acima de tudo, não dê seu voto sem antes aprofundar o conhecimento sobre quem vai receber essa procuração que você vai passar para eles em cartório (a urna é um cartório eleitoral). Além de tudo, vão estar gastando na campanha dinheiro que é seu. Que os partidos recebem de um nefasto fundo eleitoral tirado dos cofres públicos.

Você, eleitor, faz o financiamento da campanha deles. Depois paga seus salários e privilégios, mordomias, e lhes dá poder e prestígio. Para nada mudar. Ou melhor, normalmente, muda para pior.

Vejam os exemplos de países, cidades, estados, que votaram errado. O preço que se paga é enorme.

Faça campanha pelo voto nos menos ruins. Em meio à tanta água suja, certamente, existem algumas fontes de água límpida. Aposte nessas.

Não vote pela emoção. Pela paixão. Vote com a razão. A conta sempre virá para você. 

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio 

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