Alfredo Cotait Neto é o novo presidente da CACB

Atualmente no comando da ACSP e da Facesp, Cotait (dir. na foto) assume o posto ocupado por George Pinheiro (esq.) com o objetivo de fortalecer a rede de associações comerciais de todo o país

Karina Lignelli
30/Nov/2021
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Alfredo Cotait Neto é o novo presidente da CACB

O empresário e engenheiro civil Alfredo Cotait Neto assumiu nesta terça-feira, 30/11, a presidência da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) para o triênio 2022-2024.

Candidato eleito pelo Conselho Deliberativo da CACB, atualmente Cotait preside a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).   

No comando da ACSP desde 2019 e reeleito em 2021 para mais dois anos de gestão, Cotait tem como marca o lançamento de produtos e serviços voltados à capacitação de empresários de todos os portes - especialmente para os micro e pequenos empreendedores. 

Em 2020, a ACSP lançou a Faculdade do Comércio (FAC) e inaugurou a plataforma com cursos profissionalizantes Profis Online. Desburocratizou a oferta de crédito com o ACCrédito e auxiliou micros e pequenos negócios a darem os primeiros passos no e-commerce com o marketplace Vitrine ACSP. 

À frente da Facesp, Cotait tem priorizado a integração e o fortalecimento da rede de associações comerciais. Também tem promovido ações voltadas ao empreendedorismo feminino por meio do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), assim como as voltadas à formação de jovens empresários.

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A integração da rede de associações comerciais, agora em âmbito nacional, também será prioridade da gestão Cotait à frente da CACB, afirma o dirigente. "Quando se junta tudo isso, essa somatória de federações, estamos credenciando e fortalecendo uma grande rede voltada ao desenvolvimento econômico do país."

O novo presidente assume a Confederação das mãos de George Pinheiro, que presidirá o Conselho Deliberativo da CACB. "Cotait faz um trabalho brilhante na Facesp, em São Paulo. Não há dúvidas de que a nova gestão da CACB será de grandes conquistas para os empresários brasileiros.”  

Cotait também preside o Conselho de Administração da Boa Vista S/A, é primeiro-suplente da senadora Mara Gabrilli, eleita em 2018, e foi senador por São Paulo após o falecimento do titular Romeu Tuma. 

Atuou no setor público como secretário de Relações Internacionais e Planejamento da cidade de São Paulo, e presidiu a Comissão Normativa de Legislação Urbanística e a Comissão Municipal de Emprego. Na iniciativa privada, liderou empreendimentos em construção civil, mercado de capitais, financeiro, hoteleiro e hospitalar.

A seguir, confira entrevista do novo presidente da CACB ao Diário do Comércio:   


Na Facesp, o senhor trabalhou a integração e o fortalecimento da rede de associações comerciais paulistas. Diante da abrangência da CACB, sua gestão também seguirá nesse sentido? 

É importante entender que a Facesp é uma rede das associações do Estado, mas a CACB pode se transformar em uma rede nacional usando as federações. O grande projeto é fortalecer e organizar essa rede para dar sustentação ao sistema. Aí entra a importância de cada associação comercial, pois são a base desse sistema.

É na associação comercial que se forja a concepção do que é ser empreendedor, onde se discutem questões relevantes do município. Tanto que, geralmente, nas Secretarias de Desenvolvimento Econômico, quem comanda é alguém que veio de alguma associação comercial. Isso quando não é o próprio prefeito.

Além de serem um ativo, um bem da cidade, as associações comerciais são entidades de importância municipal, e cabe a elas ajudarem no desenvolvimento econômico local. Mas quando se junta tudo isso, essa somatória de federações, credenciamos uma grande rede voltada ao desenvolvimento econômico do país. 

E é com essa grande visão que nós temos do sistema que vamos assumir, trabalhando com o intuito de fortalecer a rede de associações comerciais em caráter nacional. 


Quais as principais ações voltadas ao empreendedor sua gestão irá trabalhar? 

A princípio vamos conhecer e entender o funcionamento da Confederação para estabelecer diretrizes. Mas olhando a posição da CACB em prol da livre iniciativa, vamos dar andamento a tudo o que ajude no crescimento econômico e no desenvolvimento do empreendedorismo. 

A ideia é examinar o que já está sendo avaliado para tomarmos alguma decisão, pois certamente a CACB já está fazendo esse trabalho. Não assumi a Confederação para descontinuar o trabalho, mas para dar continuidade ao que está sendo feito e tentar, se for possível, fazer melhorias necessárias. Mas sempre dentro desse raciocínio de incentivar a livre iniciativa e o empreendedorismo. 


O senhor foi reeleito para gerir a ACSP e a Facesp com a vacinação incipiente e incertezas na economia. No atual cenário, quais as suas expectativas ao assumir a CACB? 

A expectativa de crescimento econômico no pós-pandemia está muito aquém do que nós esperávamos. As autoridades não compreenderam que crescimento econômico, considerando o PIB, não representa necessariamente um crescimento da base da economia. 

O que eu quero dizer é que, na verdade, as micro e pequenas empresas sofreram muito na pandemia, e não foram oferecidos a elas estímulos e muito menos condições para poderem retomar seus negócios, e vão sobrevivendo com muita dificuldade enquanto não houver alguma compensação.

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É fundamental fazer uma política direcionada à micro e à pequena empresa, ou então o crescimento econômico do país ficará sempre aquém do desejado. Elas são as grandes geradoras de emprego e renda, mas cada vez mais assistimos a uma concentração absurda de renda, com a desigualdade crescendo muito. 

E o que tem sido feito para equilibrar ou diminuir essa situação? A CACB já está trabalhando isso, mas continuaremos alinhando um discurso em todas as esferas em prol das micro e pequenas empresas para que elas sejam assistidas pelo Estado e novamente terem condições de crescer, se desenvolver e gerar empregos. 

Pensando nisso, dá para dizer que esse deve ser o foco da CACB daqui em diante?  

Isso. Muitos pequenos negócios fecharam na pandemia por não terem condições de continuar a vender ou prestar serviços. Quando a economia ficou fechada, elas não faturaram e não conseguiram dar continuidade aos negócios. A perda dessas empresas não foi recuperada, e levará muito tempo para isso acontecer. 

Outras muitas faliram, e isso não está no radar das autoridades porque esse ano a economia vai crescer independentemente da necessidade do pequeno negócio crescer e se desenvolver. A CACB já vem fazendo de tudo para dar apoio à micro e pequena empresa, e agora vamos dar ainda mais ênfase a esse apoio. 

Quais as expectativas para quem é empreendedor em 2022? 

A expectativa é de um cenário realista, não é favorável. Um ambiente favorável de desenvolvimento dos negócios e crescimento econômico não é o que vamos encontrar no ano que vem, e as pequenas empresas precisarão ter uma gestão muito eficiente para poderem continuar no mercado. 

O mercado em si mudou, é preciso fazer uma readaptação, que envolve custos. As empresas estão descapitalizadas, as taxas de juros estão aumentando, os produtos estão caros, escassos... as dificuldades são muitas, e não dá para esperar um período de bonança no curto ou médio prazo, pois está bastante difícil. 

Mas, independente disso, costumo dizer que sou otimista, e nós, como representantes dos empreendedores, faremos o máximo dentro dessas dificuldades que se apresentam para ajudá-los a se recuperarem. 

FOTOS: Cleber Lazo/Facesp

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