Brasil deve aos brasileiros
Quero provocar seu inconformismo ativo, caro leitor. Nosso silêncio tem sido obsequioso para os criminosos que infestam as vias dominadas do poder público e roubam os cofres do tesouro nacional
Estamos todos, os brasileiros de bem, enojados e enjoados, até o último fio de cabelo, com a sujeira, a podridão que se revela na vida pública do país e seus conluios com a banda podre do empresariado.
Tem sido devastador constatar o quanto os chamados agentes públicos, designados por votação popular, por concursos ou nomeações, indicação muitas vezes espúrias, têm dilapidado os recursos do país em favor de interesses pessoais, partidários e grupais.
Eu mesmo não tenho nenhum constrangimento de confessar ao meu leitor de 35 anos de publicação desta coluna no Diário do Comércio que estou cansado de ter que conviver com esse tipo de informação.
É gente indecente demais para um país rico e que eles tornam pobre pela roubalheira e ausência de políticas públicas sérias.
Está na hora do cidadão (ã) honesto, trabalhador, sacrificado, que sustenta toda essa canalhice, saia de sua situação de conformismo ou impotência, ou indiferença, seja qual for, e tornar pública sua indignação.
De modo pacífico, ordeiro, para contrastar com a violência dos que pregam o dinheiro público sustentado essa vagabundagem e a eles - violentos-próprios, sem trabalhar para o país.
Quero provocar seu inconformismo ativo, caro leitor. Nosso silêncio tem sido obsequioso para os criminosos que infestam as vias dominadas do poder público e roubam os cofres do tesouro nacional enquanto padecemos para sustentar uma formidável máquina de arrecadação que não está destinada a servir aos brasileiros, mas a deles se servir.
Conforme estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, assinado pelo seu presidente, João Eloi Olenike, que li no boletim Sobloco Informa, edição de setembro de 2017, o Brasil está em último lugar no ranking que mostra o índice de retorno ao bem estar da sociedade (dados ainda de 2013, portanto sob a maldita égide da era lulopetista).
Traduzindo: na relação entre o que arrecada e o que dá de retorno, com o dinheiro arrecadado, em trinta países com a maior carga de tributos no mundo, é o último.
Ou, dito de outra forma, é o primeiro a dar o menos retorno à sociedade. O dinheiro vai para outros caminhos que não o do bem estar da sociedade que o teve arrancado pelo poder público.
Estamos no limite de tudo no Brasil.
Se a população que pensa, discerne, trabalha, faz tudo direito, não se mobilizar, não se manifestar, não tornar público seu cansaço e revolta com tudo isso, nada vai mudar.
Ai você me pergunta, como fazer isso? Onde der e como for possível. Via participação em reuniões, partidos, manifestações de ruas, inundar de mensagens, whatsapps, telegramas, colunas de jornais, governantes, deputados, senadores, adesivos em carros, bandeiras na janela...o que der, como der...para mostrar sua revolta baseada em fatos concretos.
E, nas eleições do ano que vem não dar seu voto a nenhum bandido, criminoso, mal intencionado, demagogo, hipócrita, canalha, mentiroso, que tente o iludir novamente.
Apresente-se como candidato ou apoiando ostensivamente candidatos de bem que possam tomar o lugar da grande quadrilha de malfeitores que ocupou a representação popular brasileira.
Só para começar.
*As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do Diário do Comércio