Ablos: lockdown inesperado chega em momento crucial para vendas
Com lojistas de shopping faturando menos de 70% do que antes da pandemia, Associação de Lojistas-Satélite considera decisão do governo 'autoritária', e preocupação é fechar o caixa em 2020
Associação que representa os lojistas-satélite em shoppings, a Ablos considerou 'autoritária' a decisão do governo de colocar São Paulo na fase vermelha entre o Natal e Ano Novo de maneira inesperada, quando atividades não-essenciais deverão fechar entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1º e 3 de janeiro.
O anúncio, segundo o presidente Tito Bessa Jr., chegou em um momento crucial para as vendas, apesar de a medida ser uma tentativa para evitar a alta nos casos de covid-19 que vem crescendo diariamente no país.
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"É uma decisão autoritária sem dados que comprovem que o comércio, e principalmente os shoppings centers, ou até mesmo bares e restaurantes, sejam causadores desta disseminação. Afinal, os estabelecimentos e os comerciantes cumprem todos os protocolos e cuidados com a saúde e higiene de seus clientes e colaboradores”, disse, em nota.
O faturamento das lojas satélites está entre 65% e 70% do total registrado no mesmo período no ano passado, e de hoje até o dia 31 de dezembro são os dias de maiores vendas, representado 25% do resultado do mês.
Já é costume os brasileiros irem às compras de última hora e, com isso, a grande preocupação dos lojistas será como seus caixas irão fechar em 2020.
“Entendemos que medidas para salvar vidas são necessárias, mas não será o comércio fechado desta forma abrupta que irá solucionar a disseminação do vírus. Aliás, será que as mortes que estão ocorrendo hoje são porque se contaminaram no comércio ou em outras ocasiões, como as eleições e o relaxamento total?", questiona Bessa. "Acreditamos que a 'dose' poderia ser mais branda e teria o mesmo efeito, poderíamos regular com restrições de horário ou circulação de pessoas, mas não com esse lockdown desnecessário.”
FOTO: Estadão Conteúdo