Aluguel de lojas-satélite sofre reajuste de 20% em novembro
Com a alta acumulada do IGP-M frente ao lento desempenho das vendas, aumento na renovação dos contratos de locação em shoppings deve virar custo 'insuportável' para lojistas, diz a Ablos
Mesmo com o lento desempenho das vendas, os altos custos das operações e o movimento fraco nos shoppings centers, os lojistas-satélite devem sofrer reajuste de quase 20% na renovação de seus contratos em novembro.
Tudo isso por conta da alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) que variou 3,32% em outubro. Com este resultado, o índice acumula alta de 18,10% no ano, e de 20,93% em 12 meses
Segundo a Ablos (Associação brasileira dos lojistas-satélite) grande parte dos contratos de locação dos pequenos e médios lojistas são reajustados pelo IGP-M, e o aumento do percentual anual muito acima da inflação pode gerar majoração ainda maior nos custos dos locatários em plena crise da covid-19
Tito Bessa Jr, presidente da Ablos e fundador da rede de lojas TNG, diz que o índice não tem relação com os custos do varejo, pois é medido pela alta do dólar e dos preços das commodities, provocada pela desvalorização do real.
"Este aumento representa um custo insuportável para os lojistas, que já estão negociando os valores com os shoppings centers”, destaca.
Para tentar diminuir os custos de operar em um shoppping, que pode passar de 30% do faturamento nesse período de pandemia e fluxo menor, segundo estimam alguns lojistas, a Ablos solicitou à Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) a redução do horário de funcionamento em duas horas pelo menos até fevereiro.
Com a proximidade do Natal e os preparativos dos centros de compras para a data, a entidade disse, em nota, estar aberta ao diálogo, que todos passam por um processo de recuperação econômica, "e o funcionamento de acordo com o estipulado pela legislação a torna mais sustentável e colabora para a manutenção dos empregos."
FOTO: Karina Lignelli