A receita da Mamma Jamma para 2023
Marcello Poltronieri, fundador da rede que tem 13 anos de atuação e 11 lojas, quer mais um sócio para alavancar seu processo de expansão fora do eixo Rio-São Paulo

Poderosa, de personalidade forte e moderna. Essa definição, que parece remeter a uma mulher, é na verdade a forma como os amigos e sócios Marcello Poltronieri e Marcelo Werneck se dirigem à Mamma Jamma, rede de pizzarias criada no Rio de Janeiro.
A ideia surgiu após um bar da dupla, no bairro do Jardim Botânico, ter sofrido danos que exigiram uma reforma. O episódio, enfim, incentivou a decisão de fechar o bar para abrir um restaurante, em 2009, o Mamma Jamma.
Pouco mais de treze anos depois e com onze lojas, outra decisão importante está a caminho: a busca de um sócio para alavancar o processo de expansão fora do eixo Rio-São Paulo. No total, são nove unidades no estado do Rio, uma em Salvador (BA) e outra em Campinas (SP).
NEGÓCIO SEM KETCHUP
Disputando um mercado que movimenta mais de R$ 22 bilhões por ano no Brasil, Poltronieri conta que a primeira inovação da Mamma Jamma no cenário carioca veio não propriamente na pizza. Isso porque a pizzaria abriu as portas com uma proposta ousada para a época, colocando no lugar do ketchup (muito comum em pizzarias do Rio de Janeiro), uma variedade de azeites extra virgens - são mais de 16 rótulos.
Outra inovação surgiu no preparo das pizzas, com o uso de farinha italiana do tipo “00” (de moagem mais fina), muçarela de cura especial, orégano chileno e molho de tomate natural. Há ainda o processo de fermentação natural, no qual a massa descansa por no mínimo 24 horas antes de ser aberta.
Luz baixa, paredes de tijolo e forno a lenha à mostra complementam o espaço com cardápio de 28 pizzas, como a Pepperoni e Miele (R$ 89,50), com mozarela de búfala, pepperoni e mel. E a de abobrinha assada, com mozarela de búfala, farofa de alho e ervas finas (R$ 96,50).
Para se manter competitivo, o executivo diz ser muito cuidadoso com o controle de preços para que a experiência da Mamma Jamma seja acessível para uma grande parcela dos consumidores.
Ao longo de 2022 foram produzidas 750 mil pizzas, sendo 15% delas do sabor que dá nome à casa: a pizza Mamma Jamma leva linguiça calabresa artesanal, molho de tomate, mozzarella e parmesão. No último ano, a rede também chegou à marca de 1,6 milhão de clientes atendidos e 450 mil entregas.
Além de todos esses números, o ano de 2022 trouxe um desafio, a busca por crédito, e na sequência, a confirmação da chegada da marca aos estados de Minas Gerais e Pernambuco. Serão seis novas operações nos próximos meses, além de quatro novos pontos de dark kitchen exclusivos para delivery.
EXPANSÃO E A BUSCA POR UM SÓCIO
Com a inflação do Brasil entre as mais altas do mundo, a Mamma Jamma tentou sem sucesso opções de crédito bancário para expandir o negócio. Segundo Poltronieri, a saída que parecia mais razoável seria emitir um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) - título que gera um direito de crédito ao investidor.
Mas algo atrapalhava. Todos os imóveis da empresa - onze lojas e quatro dark kitchens - são alugados. No entanto, em julho de 2022, uma nova resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a permitir a emissão de CRIs com base nos aluguéis. Com isso, a companhia conseguiu uma emissão de dívida de R$ 30 milhões através de um CRI.
E é a partir desse caixa que a empresa se prepara para expandir ao longo do ano e prevê chegar ao fim de 2023 faturando R$ 190 milhões. Agora, a Mamma Jamma parte para a segunda etapa do planejamento, que é encontrar um sócio.
"Contratamos uma boutique de M&A (especializada em fusões e aquisições) que vem nos auxiliando nesse processo de venda de participação. Será um processo cuidadoso e sem nenhuma pressa", diz Poltronieri.
IMAGEM: Gabriel Valadão