6 gráficos que mostram os impactos da covid-19 no comércio
Impedido de abrir por mais de 90 dias, o comércio amargou quedas históricas de vendas. Por outro lado, o isolamento social fez o brasileiro descobrir o e-commerce
As lojas precisaram fechar as portas em respeito à quarentena em meados de março. Ao mesmo tempo, o consumidor era orientado a ficar em casa para não se expor ao novo coronavírus. Sem ter como, nem para quem vender, o comércio tradicional teve suas receitas duramente afetadas.
O setor ainda tentava se recuperar da longa crise econômica que se arrastava desde 2014. Os resultados das vendas do final de 2019 pareciam promissores. Mas em março, com as medidas de isolamento social, o volume de vendas despencou, como mostra o gráfico abaixo, chegando a um tombo recorde em abril, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE.
Com a flexibilização da quarentena em diferentes estados a partir de maio, as vendas esboçaram uma reação.
Alguns segmentos comerciais terão de remar muito para voltar ao nível de antes da pandemia. O varejo de vestuário, por exemplo, embora tenha adotado alternativas de vendas pelos canais digitais, ainda depende muito do consumo presencial.
Além disso, com eventos sociais proibidos, as compras de roupas, calçados e acessórios foram colocadas em segundo plano pelo consumidor.
Apenas os segmentos considerados essenciais, como o supermercadista, puderam permanecer abertos desde o início da quarentena. Compras antes feitas de maneira pulverizada no varejo das cidades acabaram concentradas nas grandes redes de supermercados, o que ajudou as vendas do segmento crescerem mesmo durante a crise da covid-19.
Os supermercados conseguiram reforçar mais rapidamente suas ferramentas de vendas on-line e de delivery. Na última semana de março, com a população já confinada, as vendas on-line dos supermercados praticamente dobraram.
A alternativa do consumidor, em meio à necessidade de isolamento social, foi a compra on-line. Comida, produtos de beleza, itens de higiene pessoal. Muitos descobriram o e-commerce durante a pandemia.
Dados do Ebit, que aparecem no gráfico abaixo, mostram que, assim que a quarentena começou, cresceu consideravelmente o número de pessoas que compraram on-line pela primeira vez. A alta foi de 32% no caso dos entrantes do autosserviço.
A perspectiva é que muitos desses consumidores que descobriram o e-commerce mantenham a rotina de compras virtuais, o que vai obrigar o varejo tradicional a rever seus canais de vendas.
O comércio depende exclusivamente do ânimo do consumidor, que não é dos melhores. Com os impactos econômicos da crise da covid-19, emprego e renda foram afetados.
A taxa de desemprego medida pelo IBGE está em 12,9%. Entre março e maio deste ano, um total de 7,8 milhões de pessoas perderam o emprego, e as perspectivas de retorno ao mercado são incertas, dependem da duração e intensidade da pandemia nos próximos meses.
A perspectiva de perda do emprego contribuiu para que o consumidor colocasse o pé no freio. O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), despencou de 99,9 pontos, em março, para 81,7 pontos em maio.
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