2020: um capítulo insólito nos 100 anos da ACIC
Caminhamos para o fim do ano do centenário da ACIC com a certeza de que, neste momento, ação é infinitamente mais relevante do que comemoração
Justamente no ano que deveria ser de comemorações pelos seus 100 anos – a serem completados no próximo 21 de novembro – a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) se depara com toda ordem de desafios, devidos à pandemia do novo coronavírus e às necessárias medidas de distanciamento social que levaram ao fechamento do comércio considerado não essencial por mais de 200 dias.
Adiamos as celebrações para 2021 porque o momento é de sobrevivência, de assegurar a saúde financeira das empresas e de evitar a perda de empregos. É o momento de mostrar o valor e o papel de Associação que defende junto ao poder público os interesses dos setores que representa; que mune os empreendedores com dados e conhecimento para o enfrentamento das adversidades; que inspira e que luta pelo desenvolvimento do município de Campinas.
É fato que, desde que um grupo de empresários visionários fundou, em 21 de novembro de 1920, o “Centro Commercial de Campinas” (nome alterado para Associação Comercial e Industrial de Campinas, em 1957), foram inúmeras as adversidades nos âmbitos econômico e social que impactaram Campinas e, consequentemente, as classes representadas pela Associação – da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, à Revolução de 1932, passando pela Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945... Entretanto, em décadas de associativismo, nada assemelha-se a 2020.
A pandemia nos impôs desafios insólitos e este está sendo um ano de adaptações, de resiliência, de reinvenção e, acima de tudo, de superação para os diferentes setores, em especial para as pequenas e médias empresas. Um ano de lutas, com perdas e ganhos. De um lado, sofremos com o fechamento de 290 lojas, apenas no Centro expandido de Campinas, e vimos empresários padecerem com a redução do faturamento; de outro, presenciamos a livre iniciativa se reinventando e permitindo a abertura de 3.950 estabelecimentos no município entre janeiro e setembro.
Nós arregaçamos as mangas para, mais uma vez, fazer a diferença para os empreendedores, que sempre confiaram no nosso papel de representá-los na defesa dos seus direitos e na apresentação de suas demandas junto ao poder público.
Nossa diretoria, formada por empresários aguerridos, foi fundamental para nos fornecer a realidade e as dores enfrentadas pelos diferentes segmentos, ao que o nosso time de colaboradores prontamente respondeu, buscando orientar os gestores para que pudessem retomar suas atividades econômicas, mesmo diante de cenário tão adverso.
É este o nosso papel desde 1920, quando havia cerca de 1.100 estabelecimentos comerciais em Campinas, conforme dados do Cadastro do Município, até os dias atuais, quando a cidade contabiliza 61.580 estabelecimentos, entre comércio e serviços.
Se no passado as necessidades do comércio eram, prioritariamente, voltadas à infraestrutura, à proteção e ao amparo legal para os negócios, hoje as demandas estão tanto no ambiente físico como no digital. E a ACIC participou ativamente dessa mudança comportamental por meio de sua atuação nos conselhos municipais, com sua voz ativa em importantes tomadas de decisões referentes a Campinas e ao buscar incessantemente por tecnologias e soluções inovadoras para os diferentes modelos de negócios.
Há oito anos, trazemos as principais tendências internacionais para os empreendedores de Campinas e região. Durante o isolamento social, quando a única possibilidade de aproximação com os clientes e realização de negócios limitou-se à internet, proporcionamos ferramentas tecnológicas gratuitas para que as empresas pudessem realizar a sua transformação digital e ingressar no universo on-line para, assim, gerir melhor os negócios, minimizar as perdas financeiras e retomar as vendas.
Fomos além. Era preciso preparar os gestores para essa nova realidade. De forma virtual, oferecemos cursos e palestras orientativas, oportunidades de novos negócios e apresentamos cases de empresas que estavam conseguindo navegar neste mar de tantas turbulências.
Estamos aprendendo, juntos, no dia a dia. Com o Índice de Confiança do Consumidor registrando a quarta alta consecutiva em outubro, cabe a nós, enquanto Associação e representante dos setores geradores de empregos e de renda, motivar os empreendedores nessa difícil transição para o “novo normal’’. Caminhamos para o fim do ano do centenário da ACIC com a certeza de que, neste momento, ação é infinitamente mais relevante do que comemoração.
IMAGENS: divulgação