Varejo vê estoques esgotarem com greve dos caminhoneiros

Segundo o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), já falta medicamentos nas farmácias. No McDonald's, falta refrigerantes. Governo fala em impacto no PIB

Estadão Conteúdo
25/Mai/2018
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O varejo sente fortemente os impactos da greve dos caminhoneiros no País, inclusive com farmácias registrando falta de medicamentos e estabelecimentos com falta de alimentos, disse o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Antonio Carlos Pipponzi, que também preside o conselho de administração da rede de farmácias Raia Drogasil.

Ele classificou a situação como "caótica" e disse que os empresários estão de "mãos atadas" por não terem condições de negociar com os caminhoneiros. "É uma greve que está sem controle, uma situação muito crítica, grave. Todos nós estamos preocupados e, a essa altura, meio que de mãos atadas", declarou, após reunião de representantes de setor.

Pipponzi pediu cautela à população diante da falta de medicamento nas farmácias. "Existe, sim, falta de medicamento. Agora, não tem motivos para as pessoas correrem às farmácias", declarou. Para ele, no entanto, a situação se agrava pela frente fria que predomina nas regiões Sul e Sudeste, fazendo com que a procura por remédios aumente nos estabelecimentos.

O presidente do IDV afirmou que ainda é difícil avaliar o impacto econômico da greve para o setor. "A gente sabe, por exemplo, que, conforme um diretor do McDonald's, amanhã não vai ter refrigerantes em loja."

SUPERMERCADOS

A normalização do abastecimento dos supermercados ainda poderia levar de 5 a 10 dias mesmo no caso de haver o desbloqueio de estradas, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade informou em nota que ainda não estimou as perdas e prejuízos com a paralisação de caminhoneiros.

Segundo a Abras, a maioria dos supermercados trabalha com estoque médio de produtos não perecíveis. A falta no abastecimento dos supermercados está mais concentrada nos perecíveis.

IMPACTO NO PIB

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou hoje (25) que, a persistir o desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros, pode haver impacto "relevante" no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A previsão atual do governo é que a economia cresça 2,5% em 2018.

"Sabemos que a persistência dessa situação pode levar à paralisação de atividades industriais e empresariais. Não tenho um número aqui de cálculo de impacto, porque isso pode afetar diversos setores da economia, como já está afetando. As empresas, sem transporte, não conseguem continuar suas atividades. Se isso persistir, o impacto na economia pode ser relevante", disse o ministro.

 

IMAGEM: Thinkstock

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