Terrorismos

Terrorismo não é apenas um tipo de violência política. É também a imposição forçada de lógicas próprias a minorias que se opõem à democracia

Paulo Saab
09/Jan/2015
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É abominável, sob todos os títulos, o que aconteceu no jornal Charlie-Hebdo em Paris. Um parêntese: ninguém da mídia brasileira parou para explicar, até agora, que o “hebdo” vem da palavra “hebdomadário”.
 
Derivada do grego hebdómada = semana. Geralmente a palavra está associada à publicações de periodicidade semanal, como jornais, revistas e informativos. Fecha o parêntese.
 
Foi simplesmente um ato de terrorismo. E todo ato de terrorismo atenta contra algo precioso à humanidade, ter saído da idade das trevas. Embora haja quem entenda que possa ser permitido em nome de alguma causa ou situação, todo ato terrorista é fruto de uma ação covarde, de força exagerada e sem respeito nenhum à dignidade humana. Inaceitável.

Há, todavia, e poucos se dão conta de que também são atos de terrorismo, ações que se realizam em eventuais defesas de interesses exclusivos de minorias ou grupos pontuais, que não passam de terrorismo, embora numa escala de violência menor, mas nem por isso igualmente covardes e agressivos.

Quando alguma manifestação de interesse, normalmente de uma categoria ou grupos minoritários, paralisa a Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar, prejudicando a vida de milhares de habitantes da cidade, inclusive, os necessitados dos cerca de oito hospitais existentes na região, está fazendo o que? Terrorismo.

Quando movimentos organizados de caráter político, mas autointitulados sociais, invadem órgãos públicos, propriedade privada, praticando atos de vandalismo em nome de uma suposta causa ou direito ofendido, estão fazendo o que? Terrorismo.

Aquele navio de cruzeiro que foi cercado num porto por barcos de pescadores descontentes com uma portaria do governo do PT proibindo determinada pesca, fez o que? Terrorismo.
 
Por que não cercaram o Ministério da Pesca?  Para fazer chantagem terrorista usando como massa de manobra o coitado do turista que nem sabia do problema.

Atos dessa natureza ocorrem no cotidiano da vida do país. Certamente em outros países também, mas como o Brasil vive a era da prevalência da ignorância, aqui as coisas ficam exacerbadas porque contam com a leniência da fraca legislação e a fraqueza dos lenientes governantes, políticos e juízes.

Vejam a distribuição de cargos no governo federal e mesmo nos estaduais. Vergonha é elogio.

O principal hebdomadário brasileiro, a Veja, os jornais Estadão e o Globo, são exemplos de defensores da civilização e prevalência da lei sobre os malfeitos, no Brasil. A Rádio Jovem Pan, a CBN, também.
 
É pouco, ainda, diante da mediocridade interna que reina no país e face às ameaças do radicalismo que de fora manda exemplos às fracas mentes ignorantes internas.

A forma de terrorismo que se pratica no Brasil é a imposição da vontade de minorias e radicais sobre a grande e ordeira massa da população. E a política econômica que propagandeando que dá, tira pela inflação e instabilidade, ainda existentes, a capacidade de compra, o emprego, a paz da dona de casa e do cidadão comum.

 

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