Só pela manhã, Black Friday fatura metade do total de 2017
Vendas subiram 44% nas primeiras sete horas de hoje, segundo levantamento da Ebit Nielsen. Em lojas físicas como a Americanas do Shopping Metrô Itaquera, clientes formaram fila desde cedo
Segundo o levantamento, considerando as vendas feitas na quinta-feira, 22, e nas primeiras sete horas de sexta, 23, o faturamento do comércio eletrônico com o evento já atingiu 44% do que havia sido vendido nos dois dias inteiros de 2017. O faturamento acumulado até o início desta sexta já era equivalente de R$ 992,4 milhões ante um total de R$ 2,1 bilhões registrados em toda a Black Friday de 2017.
Ontem, quinta-feira, a Ebit Nielsen calcula que as vendas cresceram 42% em relação à véspera da Black Friday de 2017. Apenas entre às 19h e 20h, o e-commerce já havia faturado R$ 435,4 milhões, número maior que as 24 horas da quinta-feira de 2017, quando a venda chegou a R$ 428,5 milhões. O tíquete médio desta quinta-feira cresceu 6%, chegando a R$ 515.
Já nas primeiras sete horas desta sexta, o tíquete médio se manteve acima de R$ 770. Nas compras mobile, o pico de vendas foi registrado entre 6h e 7h.
O varejo físico também se preparou para Black Friday e as lojas já abriram com clientes formando filas desde cedo para aproveitar os descontos, como a Lojas Americanas do Shopping Metrô Itaquera.
Assim como o Eldorado e o Pátio Paulista, o shopping, que é da Ancar Ivanhoe, oferece um aplicativo próprio, com game de realidade aumentada, para que os consumidores captem descontos exclusivos que podem chegar a 90%, segundo Diego Marcondes, gerente nacional de marketing da companhia.
A ideia, segundo o executivo, é oferecer descontos agressivos baseados em gamificação e tecnologia.
"Nossa expectativa é gerar um aumento de 9% no fluxo e 13% nas vendas comparado ao mesmo período do ano passado", afirma.
EM DOIS DIAS, 2.794 RECLAMAÇÕES
Com dois dias de acompanhamento das promoções de Black Friday, o site Reclame Aqui já somava 2.794 reclamações na atualização feita às 11h desta sexta-feira, 23/11. Na lista de produtos com mais reclamações, as passagens aéreas apareceram pela primeira vez no ranking, ocupando a terceira posição, com 5,1% de representatividade.
Smartphones e celulares seguem na liderança, com 10,5%, acompanhados por TV, 6,5%, e tênis, 4,3%. Na quinta colocação, com 2,8%, aparece o cartão de crédito.
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Propaganda enganosa é mais uma vez o maior motivo de queixa, com 12,6% dos registros. Divergências de valores e problemas na finalização da compra são os outros dois motivos mais reclamados, com 8,4% e 6,7%, respectivamente.
Entre os Estados com maior número de reclamações, São Paulo é o primeiro, com 41%, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, empatados com 11%.
O total de reclamações no site em 2017 foi de 3.500, no entanto, o acompanhamento havia começado mais tarde, às 18 horas de quinta-feira - este ano, a análise foi iniciada às 11 horas da última quarta-feira. Em 2016, que teve o mesmo tempo de análise de 2017, o total de reclamações foi de 2.900.
Já preparado para esse cenário e com plantão especial para a data, o Procon-SP divulgou no fim da manhã a primeira parcial das empresas mais reclamadas da sexta-feira de descontos desse ano. Novamente, o comércio digital lidera a insatisfação dos clientes.
A Cnova Comércio Eletrônico, responsável pelos sites casasbahia.com, extra.com e pontofrio.com, é a primeira colocada em reclamações, somando 30 desde a madrugada.
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Em seguida vem a B2W Companhia Digital, responsável por americanas.com, submarino, shoptime e soubarato, com 15 reclamações.
As primeiras colocadas trabalham exclusivamente com e-commerce e são seguidas por Dell Computadores do Brasil LTDA (9 reclamações), Magazine Luiza S/A (5) e Carrefour Comércio e Indústria LTDA (4).
O problema mais registrado, com 34,23% das insatisfações, foi o de maquiagem de desconto, quando o consumidor considerou que a oferta não foi verdadeira.
O segundo motivo mais citado foi o de pedido de cancelamento pela empresa depois da compra (29%) e, em seguida, a mudança de preço ao finalizar a compra foi a terceira reclamação mais ouvida (27%).
No total, o Procon-SP já registrou 149 reclamações, além de 151 consultas e orientações referentes à Black Friday.
NÃO ÀS FRAUDES
Até as 13h desta sexta-feira, a Black Friday vendeu cerca R$ 1 bilhão no e-commerce brasileiro. No entanto, R$ 849 mil foram barrados por tentativa de fraude, segundo a ClearSale, plataforma que oferece soluções antifraude na internet.
Os produtos mais procurados, de acordo com a empresa, são celulares e eletrodomésticos, sendo que os consumidores têm gastado, em média, R$ 779,00. A empresa dá conselhos de como não cair nas armadilhas da data de promoções:
Pesquise a reputação da loja antes de realizar a compra. O consumidor pode checar a lista do Procon de sites que devem ser evitados ou sites que avaliam as lojas. Caso não existam avaliações da empresa na internet, o recomendado é evitar efetuar a compra e buscar um outro site de confiança.
Cheque se o site tem a sigla "https" no endereço da Web ou um ícone de cadeado na parte inferior do navegador.
Suspeite se o desconto for muito maior no boleto. É comum que sites falsos tenham preços muito mais baixos para pagamento via boleto, pois é mais difícil para a vítima pedir o estorno. Por isso, o cartão de crédito é uma opção mais segura para fazer compras online.
Procure dados oficiais da empresa como CNPJ, endereço físico e contato. Sites de e-commerce falsos podem não disponibilizar essas informações.
App Confie&Confie. Este aplicativo gratuito alerta o usuário caso seu CPF seja usado em uma transação indevida, permitindo que ele impeça a fraude clicando no botão "Não fui eu".
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