Rede francesa Kiabi anuncia desembarque em São Paulo

Com preços populares, a empresa opera 500 lojas em 15 países e é vice-lider de vestuário no mercado francês, de acordo com o CEO global Nicolas Hennon (à dir. na foto)

Estadão Conteúdo
10/Mar/2018
  • btn-whatsapp
Rede francesa Kiabi anuncia desembarque em São Paulo

Depois de três anos de estudos de mercado, a rede francesa Kiabi, que pertence à família Mulliez - que também é dona das redes Leroy Merlin, de materiais para construção, e Decathlon, de artigos esportivos - vai iniciar sua operação no Brasil em agosto.

A primeira loja, de 1,5 mil metros quadrados, será aberta no Shopping Ibirapuera, em São Paulo, em agosto. Em cinco anos, o objetivo é chegar a 40 unidades, com atuação em vários Estados.

A visão da Kiabi para o País é de longo prazo, disse o presidente global da empresa, Nicolas Hennon. O executivo diz estar ciente de que o passado recente não se mostrou favorável às redes de fast-fashion internacionais no Brasil.

Entre as que chegaram nos últimos cinco anos, a americana Gap enfrentou dificuldades com o parceiro comercial nacional - o grupo GEP, que entrou em recuperação judicial em 2016 -, enquanto a britânica Top Shop acabou desistindo do País após pouco mais de dois anos.

O Brasil será a primeira operação da Kiabi no continente americano. Criada em 1978, a marca tem cerca de 300 lojas na França, onde é a segunda maior rede de vestuário e líder no segmento de jeans de baixo custo, segundo a consultoria Euromonitor.

A cadeia, de preços populares, tem 500 unidades em 15 países, a maioria deles na Europa. Nos últimos anos, a empresa tem aberto unidades em países em desenvolvimento, como a Argélia.

De acordo com Hennon, para definir sua estratégia no Brasil, a Kiabi consultou as marcas do grupo que já atuam por aqui - Decathlon e Leroy Merlin.

Apesar de as empresas da família Melliez terem gestão independente, o presidente da Kiabi explicou que existe um programa transversal de trocas de ideias e de treinamento entre os executivos do conglomerado.

A expansão internacional da Kiabi está seguindo diferentes modelos - em alguns países, a empresa está usando o modelo de franquias, mas, no Brasil, optou-se pela operação própria, de acordo com Hennon.

Por enquanto, a companhia importará os produtos de todos os departamentos da França. Além das unidades físicas, a companhia também terá um site de e-commerce brasileiro.

Para enfrentar os fortes concorrentes locais, como Renner e Riachuelo, que estão em fase de expansão em vendas e voltaram a acelerar a abertura de lojas, a Kiabi promete oferecer um atendimento consultivo ao consumidor.

"A prioridade do funcionário é atender o cliente, orientar a compra", diz César Sandoval (à esq.na foto), líder de expansão internacional da rede Kiabi.

Para Edson Daguano, da consultoria Consultive Branding, a Kiabi tem um caminho ladeira acima a percorrer no Brasil.

O especialista diz que, mesmo a Zara, referência de êxito de redes internacionais por aqui, teve um início difícil. "O período de adaptação é de três a cinco anos. As referências de cores e tamanhos no Brasil são bem diferentes das europeias." 

FOTO: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

O Diário do Comércio permite a cópia e republicação deste conteúdo acompanhado do link original desta página.
Para mais detalhes, nosso contato é [email protected] .

Matérias relacionadas

Store in Store

Carga Pesada

Vídeos

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Alexandra Casoni, da Flormel, detalha o mercado de doces saudáveis

Conversamos com Thaís Carballal, da Mooui, às vésperas da abertura de sua primeira loja física

Entenda a importância de planejar a sucessão na empresa