Por que não Maluf?
O prefeito é uma espécie de síndico. Ideologia e discurso são secundários quando se trata de garantir qualidade de vida ao morador de qualquer faixa social e idade
Os paulistanos estão escolhendo candidatos para a Prefeitura da maior cidade do Brasil. O atual prefeito parece não estar agradando e, portanto, não deve ser reeleito. E a lista de candidatos é grande, sem nenhum nome forte, mostrando grande divisão das forças políticas.
Embora eleitor no Rio, ocorreu-me uma ideia. À primeira vista pode parecer longe da realidade, mas que a mim, com uma cabeça conservadora e prudente, parece ser o que Nelson Rodrigues chamaria do “óbvio ululante”.
O prefeito é, acima de tudo, o gestor da cidade, uma espécie de síndico, que deve zelar pela limpeza das ruas, a engenharia de tráfego que facilite a mobilidade do cidadão, garanta na sua alçada qualidade na saúde e na educação.
Ideologia, discurso político ou social são secundários quando se trata de garantir qualidade de vida ao morador, de todas as faixas sociais e de idade.
Ora, correligionários e adversários de Paulo Maluf reconhecem suas gestões na Prefeitura e no Governo do Estado como eficientes e ousadas nos projetos viários, entre os mais importantes da capital e do interior. O que seria de São Paulo sem seus túneis, viadutos e as estradas, como Imigrantes e Ayrton Senna?
Quem não sente falta da orientação dada à Rota naqueles anos? E os projetos PAS e Singapura, inexplicavelmente abandonados por mera política menor?
Paulo Maluf está com mais de 80 anos, em perfeito estado, exercendo o mandato de deputado federal, que o obriga a fazer viagens semanais a Brasília. Não tem ambições, gosta da política e da gestão pública. Portanto, apesar de tão acusado, já era hora de se repensar a avaliação de seu desempenho desde que todos seus problemas foram oriundos de obras feitas e bem feitas.
Na vida pessoal, nasceu rico, mora na mesma casa há 60 anos. Quem pode apresentar este status?
Não está nem postulando, mas poderia ser um nome de união dos que pensam na cidade e na Prefeitura como uma missão, e não uma escala para vôos mais altos. No meio dessa brutal crise, Maluf ainda carrega a experiência de empresário e de ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo. Saberá, portanto, como estancar o preocupante fechar de lojas nas ruas e até em shoppings.
Um nome assim seria o mais puro pragmatismo da população e dos líderes partidários municipais. Afinal, a cidade também está em crise e sofre muito com as dificuldades da economia nacional.
Caso votasse em São Paulo, eu estaria na Avenida Paulista, colhendo assinaturas e pedindo esta candidatura como união e salvação da cidade. Não se deve votar com idiossincrasias pessoais, ideológicas, mas, sim, com a razão. Fica a sugestão.
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