Otimistas, pequenos negócios querem contratar e investir
Sondagem Conjuntural do Sebrae aponta que o percentual de empresários que acreditam na melhora do cenário econômico subiu de 56% para 59% em setembro
Mais empregos e investimentos nos pequenos negócios. O cenário otimista foi retratado pela Sondagem Conjuntural, realizada pelo Sebrae no mês de setembro. O estudo mostra a retomada do otimismo entre os donos de micro e pequenas empresas com os rumos da economia do país.
Depois de uma queda em junho, o percentual daqueles que acreditam em melhoria do cenário econômico cresceu de 56% para 59% no mês passado. O levantamento também registrou otimismo recorde na série histórica entre os que pretendem empregar nos próximos meses (35%).
A sondagem apontou ainda que seis em cada 10 empresários (58%) têm planos de investir no próprio negócio em 12 meses. A sondagem, que ouviu quase três mil empreendedores, também revelou que 79% dos entrevistados que têm dificuldades em contratar mão de obra especializada optam por contratar pessoas inexperientes e capacitam no próprio estabelecimento - o que comprova que as micro e pequenas empresas têm sido responsáveis não apenas pela geração de postos de trabalho, mas também pela formação de mão de obra no Brasil.
O percentual de empresários otimistas com o futuro da economia e que acreditam que ela irá melhorar nos próximos 12 meses é o terceiro maior índice da série, iniciada em junho de 2017, e superou em 55% o registrado no mesmo mês de 2018.
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A Sondagem Conjuntural também mostra que 62% dos empreendedores entrevistados estão na expectativa de aumentar seu faturamento, e 93% dos que estão otimistas acreditam que o crescimento dos negócios se dará com o governo atual. O setor com otimismo mais expressivo em relação à economia é o da Construção Civil (65%) e das Empresas de Pequeno Porte (EPP), conforme revelou a pesquisa, feita entre os dias 11 e 18 de setembro.
“Os pequenos negócios têm sido um dos alavancadores da economia do Brasil, pois são eles que estão gerando mais emprego e renda. Os donos de micro e pequenas empresas estão confiantes no futuro do país”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles. “Somente este ano, foram mais de 670 mil vagas criadas pelas micro e pequenas empresas, o que representou cerca de 90% do total de postos de trabalho com carteira assinada, superando todo o saldo de 2018”, completa.
De acodo com a pesquisa, além do número de empreendedores que pretendem contratar ter crescido, merece destaque ainda a queda no percentual daqueles que pretendem demitir empregados, quando comparada à penúltima sondagem (queda de 6% para 2%).
Com a provável queda de juros para financiamentos imobiliários, houve um aquecimento no setor da Construção Civil, onde 43% dos empresários do segmento afirmam que há uma forte disposição para contratações nos próximos 12 meses.
O percentual supera em 10 pontos percentuais o da indústria, que teve uma queda de 38% para 35% de intenção em aquisição de novos funcionários. O comércio registrou 33%, praticamente o mesmo índice da sondagem anterior, o mesmo acontecendo com o setor de Serviços (32%).
ANÁLISE REGIONAL
O otimismo com a economia do país está mais presente entre os empresários da região Norte do país, onde 63% responderam que a perspectiva para a empresa é melhorar nos próximos 12 meses, enquanto 24% avaliam que ficará como está e 13% acham que deve piorar. O Sul brasileiro, onde está a segunda maior concentração de pequenos negócios do Brasil, vem na segunda colocação, com 62% de empreendedores que acreditam em melhores dias. Depois de uma queda em junho deste ano, as perspectivas positivas em relação ao Comércio também cresceram, chegando a 60% em setembro, dois pontos percentuais acima da Indústria e quatro pontos percentuais acima do setor de Serviços.
Uma das principais dificuldades apresentadas pelos empresários diz respeito à carência de mão de obra qualificada, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. De zero a 10, os empresários das duas regiões deram nota 6,5 e 6,4, respectivamente, quanto ao grau de dificuldade de contratação, sendo que a Indústria é o setor mais atingido.
O problema é maior entre as Microempresas (ME), conforme a pesquisa, que revelou que 79% dos empresários preferem contratar pessoas sem experiência para capacitá-las na própria empresa. Os que preferem dar novas atribuições a seus trabalhadores mais antigos, com aumento de salário, somaram 65,9% e 50,1% disseram que pagam horas extras.
Isso torna os pequenos negócios os maiores formadores de mão de obra do país, já que eles têm sustentado a geração de empregos e representam mais de 99% de todos os empreendimentos do país.