O último minuto

Não é possível se enfrentar uma crise dessa dimensão sem causar polêmicas. O consenso não vai resolver nada, o que é necessário é necessário, e inegociável

Aristóteles Drummond
28/Set/2016
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O momento que o Brasil vive precisa basicamente de coragem, determinação e muito patriotismo. Todos sabem o que fazer, como fazer e da urgência de fazer.

Menos, é claro, os que vivem da exploração barata da ignorância, do ressentimento e da falta de informação de parte da população. Justamente aqueles mais atingidos pela crise, vítimas da desaceleração da economia.

Não se entende a ausência de uma carta simples e direta de várias personalidades da vida nacional – políticos, empresários, intelectuais, profissionais liberais de sucesso e responsabilidade –, apoiando e incentivando o presidente Temer a cumprir o programa que ele tem na cabeça e com o qual pode escrever gloriosamente seu nome na história.

Temer tem a vantagem de estar realizado pessoal e politicamente, ter 75 anos, e ambicionar salvar o Brasil e usufruir dos últimos anos de vida em paz, cercado do reconhecimento nacional e convivendo com a família e amigos queridos. Deus o brindou com um grande destino. Seu sucesso, agora, será o de nós todos.

O Brasil precisa ficar atento à realidade em que vivemos. A presença de tantos colégios militares entre os mais cotados do ENEM tem uma simples explicação: apesar de alterações dos últimos anos, estas instituições são pautadas pela tradição militar da ordem, disciplina e do respeito, tanto de alunos como de mestres.

E o Brasil precisa neste momento é disso, ordem, respeito e trabalho.

Não é possível se enfrentar uma crise dessa dimensão sem causar polêmicas. O consenso não vai resolver nada, o que é necessário é necessário, e inegociável. O interesse do país é o ambiente de trabalho, de negócios, da empregabilidade, de impostos simplificados, pois pior do que as taxas são os imprevistos embutidos na legislação.

O presidente Temer tem de falar diretamente à  população, exortar o apoio dos políticos, sindicatos, entidades representativas da sociedade para a tomada de medidas de austeridade e simplificadoras da atividade empresarial. O tempo passa e as coisas não acontecem, agravando a situação e plantando a desconfiança .

Foi anunciada a saída de dezenas de milhares de brasileiros do país. A alegação das autoridades é que seria em função de uma fuga do fisco. E veio a ameaça de devassa nas contas destes cidadãos. Ora, a fuga não é do fisco, pois quem leva o dinheiro o faz legitima e legalmente. A fuga é do risco político.

Pode ter gasolina no tanque. Não é prudente riscar o fósforo.

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