O que deve orientar o crescimento dos shoppings em 2020

Para não perder os clientes da mira, os centros de compras estão diversificando formatos, serviços e revendo seus planos de expansão

Mariana Missiaggia
07/Jan/2020
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Já presenciamos outras e agora estamos vivendo muitas tendências que mudaram a nossa maneira de consumir. Assim como o varejo em geral, os shoppings precisaram se reinventar para atender as necessidades de seus frequentadores. A maioria já não está mais interessada em um espaço exclusivo de compras. Eles querem entretenimento, experiência e interatividade.

Espaços com formatos flexíveis, opções digitais e com a oferta cada vez maior de serviços pessoais, com opções de atendimento - salão de beleza, barbearia, academias, entre outros. Dia a dia caminhamos para um modelo de shopping ideal, que não tem mais a cara do futuro, e sim do presente. Veja as principais tendências que os shoppings devem adotar para se adaptarem às necessidades dos seus visitantes.

MAIS INTERIOR

Até 2017, quando a Abrasce divulgou a última pesquisa sobre o tema, o indicativo era de que a grande maioria dos novos empreendimentos era inaugurada no interior e em regiões metropolitanas. Essa forte expansão para longe das capitais não parou desde então e a descentralização dos novos centros de compras segue sendo uma tendência em 2019.

Das 15 inaugurações previstas para este ano, apenas cinco estão localizadas em capitais, o que demonstra essa forte expansão do setor para áreas menos populosas.

Isso se dá pelas novas oportunidades criadas por shoppings de nichos, com operações menores e, principalmente, a inclusão de tecnologia na gestão, que permite baratear custos e simplificar uma administração efetiva em qualquer lugar do país.

Um levantamento realizado pela Geofusion sobre a expansão dos shopping centers no Brasil buscou entender como foi a evolução e as tendências do segmento.  O estudo mostra que o perfil de renda de municípios escolhidos para abrigar novos shoppings nos últimos anos é semelhante.

As cidades com novos empreendimentos possuem predominantemente população das classes B e C, como é o caso de Jundiaí, no interior paulista. Mesmo sem novos lançamentos neste ano, os centros comerciais de Jundiaí, no interior de São Paulo, encerrarão o ano com 12 novas lojas em um empreendimento do grupo Multiplan, que registrou crescimento de 12,5% em vendas no terceiro trimestre deste ano.

Guillermo Bloj, superintendente do JundiaíShopping, diz que o bom momento do empreendimento se deve ao forte trabalho comercial do grupo Multiplan e o perfil econômico de Jundiaí, que vem atraindo cada vez mais novas marcas e investidores.

Com o 7º maior PIB do Estado de São Paulo, o município tem PIB per capita 221% maior do que o brasileiro e 109% maior do que o paulista (dados do IBGE).

“Paralelamente ao trabalho de composição do mix, vemos as marcas descobrindo e valorizando o potencial econômico de Jundiaí e região. Com essa convergência de interesses, seguimos moldando o shopping de acordo com a resposta e aceitação dos clientes sobre novas marcas”, pontua.

QUIOSQUES PROMOVEM A MARCA

A utilização de quiosques para promover marcas e produtos é uma estratégia que deve ser ainda mais explorada em 2020. Com custo de ocupação bem inferior ao de uma loja convencional, os quiosques são uma forma de ampliar a presença das varejistas dentro dos shoppings.

O formato sugere um modelo de compra mais prático, de fácil acesso e geralmente atende a uma necessidade de consumo. A Hering é uma das que aderiu ao modelo recentemente, ofertando nesses espaços apenas as camisetas da linha Hering POP, que possuem dois preços fixos – R$ 49,90 e R$ 69,90 – sob uma grade estendida, com tamanhos de 2 ao 12 para o público infantil e do PP ao plus size para os adultos.

Ali, a marca também oferece aos clientes a opção de customizarem os produtos da linha, por meio do e-commerce da marca, onde o público poderá efetuar as suas compras a partir de telas disponíveis nos pontos de venda.

“Inclusive, por oferecer a opção de ser montado e desmontado, o mobiliário tem a capacidade de se adequar também a espaços onde há vendas temporárias, como feiras e eventos corporativos”, diz a empresa em nota.

CADA VEZ MAIS PETS

Cerca de 52,2 milhões de cães já fazem parte da família dos brasileiros, de acordo com o IBGE - são mais animais do que crianças nos lares. De olho nesta quantidade, os shoppings, o local mais frequentado pela população aos finais de semana, estão mudando as regras do jogo e passaram a permitir o acesso dos pets a locais antes considerados proibidos. Essa mudança de posicionamento inclui iniciativas do próprio empreendimento, assim como a chegada de lojas especializadas a esses centros de compras.

A Padaria Pet, rede de confeitaria para animais, inaugurou no último sábado (7/12), sua primeira loja em shopping, no Morumbi Town Shopping, com a oferta de produtos, como biscoitos, pipocas, cervejas, gelatinas, cafés e ração para cães e gatos. Além de uma linha especial para bolos de aniversário e cupcakes e uma boutique com artigos e acessórios para os pets.

“Com o alto fluxo de cachorros dentro do shopping, acreditamos que vamos atender ao perfil dos clientes locais, visto que o ambiente familiar é uma das principais características desse espaço, no qual se relaciona diretamente com o propósito de mercado da Padaria Pet”, diz o diretor de expansão da Padaria Pet, Arquelau So.

MENOS VAGAS, MAIS EVENTOS

De feira de orgânicos a corridas esportivas, algumas atividades nos estacionamentos têm movimentado os shoppings e parecem ser uma tendência que veio para ficar. Em São Paulo, um dos destaques deste ano foi a NBA House 2019, no Shopping Eldorado  - promovida entre maio e junho, que apresentou mais de 20 atrações, como exibição de jogos em um telão de 32 metros quadrados, restaurante, games em realidade virtual, exposição de camisas e tênis de lendas do basquete e loja com produtos exclusivos.

Mais de 30 mil pessoas compareceram durante os 12 dias de evento, um recorde de público, que sem dúvidas utilizou também as lojas e serviços do empreendimento. Além disso, muitos deles registraram suas experiências em redes sociais durante o evento - dividir experiências é importante para os millennials, destaca Franz Benevidez, especialista em marketing digital. Ele ainda destaca que há uma alta demanda por ações como aulas de culinária e tutoriais de beleza e maquiagem.

IMAGEM: Pixabay

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