Mundo tumultuado

Os números oficiais apontam que, apesar de uma abertura por anistia de recursos no exterior, muito dinheiro tem sido mandado para fora do Brasil, de acordo com a lei. E nada se tem investido

Aristóteles Drummond
10/Ago/2016
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Enquanto cada um se dedica a seus problemas internos, a crise na economia e no social, o terrorismo descontrolado e a violência urbana estão tirando a paz das famílias, em quase todo o mundo. 

Apesar disso, os efeitos dessa globalização negativa têm sido pouco abordados. Quando referida, é pelo fato de os problemas serem muito semelhantes, assim como as resistências também. É o caso da legislação trabalhista, que hoje pouco protege o emprego. 

A França socialista, responsável pelos exageros de sua legislação, ao verificar ser esse o entrave a investimentos no país, com o consequente aumento do desemprego e a falência da previdência, resolveu modernizar a lei. 

Por isso, vem enfrentando protestos em que a violência impera. E com prejuízos para a economia já debilitada.

Portugal choca os empresários ao tornar difícil uma política especial para os jovens em primeiro emprego. Demissões são previstas em meio à crise, tão logo termine o verão. 

No Brasil, as reformas trabalhista e previdenciária são prioridade para a atração de investimentos. Os números oficiais apontam que, apesar de uma abertura por anistia de recursos no exterior, muito dinheiro tem sido mandado para fora, de acordo com a lei. E nada se tem investido. Mexer nessas áreas, portanto, será um grande desafio.

O surgimento de propostas demagógicas de menos, horas trabalhadas, mais férias, tornar créditos trabalhistas negociáveis, tolerância com greves frequentes, agrava a crise no emprego. Empregar virou um risco para o empresário.

Na segurança pública também se nota a presença nos países ocidentais de grupos significativos ainda relutantes a apoiarem uma ação policial enérgica, como parece exigir a situação no Brasil e nos EUA. E quem sofre com o populismo são justamente os mais pobres.

Por fim, os governos negociam com parlamentos divididos e distantes da realidade. Todos, infelizmente, sem espírito público. Assim tem sido na Espanha, em Portugal e no Brasil, por exemplo. Onde vamos parar?


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