Lembrando Costa e Silva
Costa e Silva o responsável pela retomada do crescimento do país, dando início ao ciclo conhecido como “milagre econômico”, com crescimento próximo dos 8%, que chegou a 11% com seu sucessor, Emílio Médici
Trinta e um de agosto marca os 50 anos do derrame que derrubou o presidente Arthur Costa e Silva que o levou à morte em 17 de dezembro de 1969. Talvez, ele seja o mais injustiçado dos quatro grandes presidentes militares – o Geisel não está nesta lista – pelo fato de ter sido levado pelos acontecimentos ao editar o AI-5, que endureceu
o regime como reação à luta armada, que incluía diversos sequestros de diplomatas estrangeiros, atentados e assaltos a bancos.
No entanto, a verdade é que foi Costa e Silva o responsável pela retomada do crescimento do país, dando início ao ciclo conhecido como “milagre econômico”, com crescimento próximo dos 8%, que chegou a 11% com seu sucessor, Emílio Médici.
Herdou o Brasil arrumado e reformado por Castelo Branco, que contou com a genialidade de Roberto Campos, e com inflação de 25%. E Costa e Silva, apesar dos investimentos maciços, baixou para 19%. Vivemos anos de pleno emprego.
Foi seu governo que veio a revelar grandes gestores públicos, com Delfim Netto, Mário Andreazza, Costa Cavalcanti e Jarbas Passarinho; e deu força ao Itamaraty, com Magalhães Pinto. Seu Ministro do Exército era um intelectual, General Aurélio Lira Tavares, que foi depois eleito para a ABL. E o Chefe da Casa Civil um político mineiro
de alto nível, Rondon Pacheco.
Fez também grandes obras, como a ponte na Baia da Guanabara, que hoje leva seu nome; a Transamazônica,que atravessa sete estados e permitiu o crescimento do agronegócio na região, a segunda ponte do lago de Brasília, que teve seu nome retirado pelo revanchismo; asfaltou a Belém-Brasília; e duplicou a Via Dutra, entre outras obras rodoviárias de porte. Prestigiou os governadores da Guanabara e Minas, Negrão de Lima e Israel Pinheiro, que puderam cumprir mandatos ricos em realizações, apesar de eleitos com votos da oposição.
É lamentável que a radicalização político-ideológica tenha orquestrado, neste meio século, uma campanha para apagar seus grandes feitos e seu exemplo de patriotismo. As esquerdas fixaram uma imagem justamente oposta à do militar preparado, admirado e respeitado, do homem de boa índole, correto de tal maneira que a vida de seu filho e netos testemunham. O Coronel Álcio, foi para a reserva, pois ele informou ao filho que, como ministro e se viesse a ser presidente, não o promoveria.
Álcio, engenheiro formado no IME, foi trabalhar na Embratel, onde veio a se aposentar aos 70 anos. Os atuais detentores do poder, a começar pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, tem o dever de resgatar a imagem do ilustre presidente. Fica aqui a palavra de um veterano que a tudo testemunhou naqueles anos como repórter.
**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio