Inflação continua a perder força em agosto
Apesar da aceleração puxada pelo aumento dos preços de matérias-primas, das incertezas externas e do cenário eleitoral, indicador continua abaixo da meta atual no acumulado de 12 meses, de acordo com economistas da ACSP
A queda das tarifas nas passagens aéreas, resultante do fim da alta temporada de férias, além dos alimentos, cujos preços continuaram caindo no período, contribuíram para a deflação do IPCA (inflação oficial) em agosto, quando o indicador mostrou redução de 0,09%, segundo o IBGE.
Já o acumulado em 12 meses, que se aproxima ao resultado anual, desacelerou entre julho e agosto de 4,48% para 4,19%, e continua se afastando da meta anual de inflação (4,5%), segundo análise dos economistas do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Com isso, a aceleração da inflação “no atacado”, em função dos aumentos de preços das matérias primas parece ser pontual, decorrente tanto das incertezas externas, como do complexo cenário eleitoral brasileiro, validando a manutenção da taxa de juros básica no atual patamar.
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Em sentido contrário, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou aceleração entre julho e agosto, passando, em 12 meses, de 8,59% para 9,06%, respectivamente, devido à pressão exercida pelos aumentos do câmbio sobre os preços das matérias primas agrícolas (IPA AGRO) e industriais (IPA IND).
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