Indústria surpreende em março e sinaliza retomada
Aumento das exportações e maior demanda por máquinas e equipamentos para o agronegócio e a construção civil justificam resultado, de acordo com análise dos economistas da ACSP
Apesar da intensificação do isolamento social e dos maiores custos de produção, a atividade industrial surpreendeu em março, crescendo fortemente em termos anuais, revertendo a desaceleração observada a partir de janeiro. A análise é dos economistas do Instituto Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Mesmo com recuo de 2,4%, em relação a fevereiro (livre de efeitos sazonais), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado superou as expectativas de mercado: em relação ao 1° trimestre de 2020, a atividade do setor se expandiu em 4,4%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou queda de 3,2%.
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Porém, em contraste com o mesmo mês do ano passado, que ainda poderia ser o indicador de tendência mais adequado, houve forte alta de 10,5% também acima do que era esperado.
Esse aumento anual reflete, em parte, a existência de um dia útil a mais em 2021, e a fraqueza da base de comparação do ano passado, segundo os economistas da ACSP, mas sinaliza alguma retomada - que se explicaria pelo aumento das exportações e pela maior demanda por máquinas e equipamentos por parte do agronegócio e da construção civil, responsáveis pelo intenso crescimento da produção de bens de capital.
Na mesma base de comparação, também houve expansão, embora em menor medida, dos bens intermediários, principalmente borracha e plásticos, dos bens de consumo duráveis, especialmente veículos, e dos bens de consumo semi e não-duráveis, sobretudo bebidas, calçados e vestuário.
A perspectiva para o resto do ano é de recuperação gradual do setor, com a volta do auxílio emergencial, da reedição de medidas de socorro às empresas, do avanço da vacinação e da menor base de comparação de 2020, sinalizam.
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