Fenômeno do Brás, Busca Busca amplia número de lojas e estreia marketplace

Alex Ye, que agora vende itens maiores, como bicicletas elétricas, diz que atacadistas já podem comprar pelo site da empresa e que três andares do Shopping Plaza Polo estão em reforma para receber novos importadores

Cibele Gandolpho
22/Ago/2024
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Fenômeno do Brás, Busca Busca amplia número de lojas e estreia marketplace

Desde dezembro do ano passado, quando inaugurou seu primeiro endereço no Brás, a loja de importados Busca Busca só cresceu. Com a ajuda do TikTok, milhares de clientes fiéis procuram o local para comprar produtos chineses com valores menores até que os de plataformas como Shein e Shopee. Em pouco tempo, a empresa mudou de endereço para um lugar maior, o Shopping Plaza Polo e, recentemente, após fechar para fazer melhorias, lançou seu marketplace para lojistas de todo o Brasil.

O “chefe do benefício, como é conhecido o chinês Alex Ye, dono do Busca Busca, explica que precisou fechar o local para algumas adaptações. “Como o volume de pessoas é muito grande, o ar condicionado do shopping - que não é meu - não estava dando conta. Então fizemos instalação de ventiladores e também fiz limpeza em todo o sistema de ar condicionado para resfriar mais o ambiente”, diz.

Como parte das mudanças, Ye conta que trouxe novos importadores para o Espaço Busca Busca. “Fiz uma reunião com eles e tirei os que não estavam oferecendo um bom atendimento para os meus clientes, que são minha prioridade. Não somos uma loja de bugigangas, temos produtos de muita qualidade aqui e de vários portes”, garante o empresário.

AS NOVIDADES

O Diário do Comércio esteve no Espaço Busca Busca para conhecer as novidades. Entre elas, está uma loja grande dedicada a brinquedos, a Fofo Brinquedos. A atração da loja, testada por Ye em vídeos nas redes sociais, são carrinhos - um movido a gasolina e outro modelo elétrico - de quase 1 metro de comprimento. “Foi uma sensação das redes e teve muitos golpistas vendendo por um valor bem inferior e recebendo PIX sem enviar os produtos.”

E não só de venda de pequenos produtos que vive o Espaço Busca Busca. Alex Ye ampliou sua gama de itens. No começo deste mês, ele trouxe um importador que vende uma bicicleta elétrica com autonomia de 60 quilômetros e que chega a velocidade de 32 km/h. O preço é de R$ 7.500.

Também é possível encontrar vídeos karaokês profissionais de todos os tamanhos em uma nova loja de som.

“Em agosto, estamos reformando mais três andares para cima para que novos importadores possam vender no Espaço Busca Busca. Nossa variedade de produtos está cada vez maior. Temos brinquedos, maquiagens, utensílios domésticos, artigos de som, eletrônicos, eletrodomésticos, bicicletas elétricas, papelaria, produtos de beleza, itens para carros, eletroportáteis, relógios, óculos, máquina de sorvete e até móveis, como sapateiras. Tem até máquina de boxe musical. São tantas opções que não dá para dizer que o Busca Busca vende tranqueiras. Temos os melhores produtos aqui e eu pessoalmente seleciono os melhores importadores”, diz.

PÚBLICO E LOJISTAS

Durante a visita ao local, o DC conversou com alguns clientes que estavam comprando. A dona de casa Rosilda Almeida, de 54 anos, foi comprar presentes para os netos. “Eu estava atrás de brinquedos mais baratos e bons, esses eletrônicos. Quando a loja estava na rua, eu não tive paciência para ficar na fila e só fui conhecer o espaço quando mudou para o Shopping Plaza Polo. Acabei comprando mais do que eu previa. Até óculos estou levando”, conta.

Já a secretária Érika Del Valle, de 37 anos, foi comprar itens de papelaria para as filhas e maquiagens. “Eu fui na semana de inauguração da outra loja e fiquei 2 horas na fila para entrar. Aqui o espaço é bem mais confortável, apesar de cheio na maioria das vezes, mas sem filas do lado de fora. As filas são para pagar, geralmente.”

Os lojistas do Shopping Plaza Polo que não fazem parte do Busca Busca, no andar térreo, aproveitam o fluxo de clientes que o “chefe do benefício” trouxe. “Antes, éramos apenas um andar e o volume de consumidores ainda era bem pequeno. Quando o Busca Busca veio para cá, nossas vendas cresceram 300%”, conta a funcionária de uma loja de roupas que preferiu não se identificar.

MARKETPLACE

O objetivo de Alex Ye sempre foi permitir que os importadores vendessem diretamente para o consumidor final, sem intermediários na cadeia, garantindo assim preços mais baixos. Por isso, ele tinha em seus planos lançar um marketplace de atacado.

O site https://buscabusca.com.br entrou no ar recentemente. Algumas páginas fakes estão tentando se passar pelo Busca Busca original. “Temos apenas este site e é o original. Não entre em imitações”, avisa Ye.

“Muitos clientes agora não precisam mais vir para São Paulo para comprar com a gente. Pelo site, ele consegue encontrar muitas opções”, garante. Os produtos são vendidos em caixas fechadas de lotes. Não é possível comprar no varejo, por pessoas físicas, apenas quem tem CNPJ.

Segundo o empresário, a comissão do marketplace do Espaço Busca Busca é bem menor do que a dos concorrentes. Além disso, Ye garante que os preços baixos não são fruto de sonegação de impostos ou contrabando.

“O lojista que comprar com a gente recebe normalmente sua nota fiscal devidamente dentro da lei. Nosso preço é ótimo porque é diretamente do importador, sem intermediações”, afirma.

As novidades são informadas pelo próprio Alex Ye a dezenas de grupos de atacadistas de todo o Brasil que ele mantém no WhatsApp.

No Espaço Busca Busca, quem não ficar satisfeito com o produto, pode receber o dinheiro de volta, uma prática incomum no Brasil. “Você conhece alguém que faça isso no Brasil? Geralmente, você devolve o produto com defeito, mas tem que pegar outra coisa na loja. Eu faço porque eu garanto a qualidade”, afirma.

 

IMAGEM: divulgação

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