Estudo vai mapear efeitos do coronavírus pelo corpo

Além do sistema respiratório, outros órgãos afetados pelo vírus, como os rins, serão objetos da pesquisa do médico Jorge Hallak, professor da Faculdade de Medicina da USP

André de Almeida
24/Abr/2020
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O médico Jorge Hallak, professor da Faculdade de Medicina da USP, começará um estudo que analisará os efeitos da covid-19 para além dos sintomas respiratórios.

A ideia é estudar outros órgãos como testículos e rins, por exemplo, e identificar mecanismos de lesão celular para diminuir os efeitos agressivos provocados pelo novo coronavírus.

De acordo com Hallak, o estudo visa identificar a maneira como os vasos sanguíneos se comportam em sistemas onde há uma barreira entre o tecido e o sangue. “Através do estudo dos testículos, é possível inferir mecanismos de lesão celular para outros sistemas biológicos e, com isso, tentar achar uma resposta ou adequar melhor as células para aguentar uma lesão grande como a provocada pela covid-19”, explicou o médico durante live do Programa #TamoJuntoSP, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Na opinião do professor da USP, as políticas de isolamento social adotadas no Brasil, aliadas às medidas de conscientização da importância da higiene pessoal e do uso de máscaras de proteção, estão dando certo. “Trata-se de uma doença nova, diferente da versão anterior do coronavírus. Ela é mais complexa em relação ao acometimento de órgãos além do pulmão”.

Com base no cenário da covid-19 em outros países, Hallak acredita que a doença continuará no Brasil independentemente de medidas de distanciamento social, "já que a imunidade de rebanho só é atingida quando 70 a 80% das pessoas têm contato com o vírus e desenvolvem anticorpos. Assim, em algum momento, cada um de nós vai precisar ter um coronavírus para chamar de seu”, disse.

O professor da USP também não acredita que tão cedo a população terá vacinas disponíveis, já que elas precisam ser testadas e avaliadas rigorosamente. Ele ainda ressalta que o sistema público de saúde no Brasil, o SUS, está dando conta, apesar de problemas de gestão existentes. “Daqui pra frente é importante fazer a testagem e ao mesmo tempo monitorando o que pode ser feito. Não existe uma resposta imediata e uma fórmula mágica para essa questão. É um teste diário”, concluiu.

 

IMAGEM: Pixabay

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