Eleição Paulistana

Poucos, hoje em dia, têm a preocupação de revisitar a história, as passagens marcantes e a luta paulista pela liberdade

Paulo Saab
23/Nov/2020
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Quando se coloca lado a lado, ou frente a frente, os nomes dos dois candidatos que disputarão a prefeitura da maior cidade do continente, Bruno Covas e Guilherme Boulos, é preciso entender, além do que a propaganda diz de cada um, o que significam em termos de pensamento e desejo.

Bruno Covas é do PSDB, partido da social democracia e que nas últimas décadas governou o Estado de São Paulo e muitas vezes a própria capital.  A visão de Bruno equivale, por exemplo, à de seu avô que também foi governador e prefeito de São Paulo, Mario Covas, de Franco Montoro e outros nomes que fizeram história. Não foram governos desenvolvimentistas, mas sociais e, mesmo assim, conseguiram de alguma forma manter a paz e a passo curto algum progresso no chão dos paulistas.

A presença de Bruno Covas na prefeitura, substituindo como vice de João Dória o eleito governador em 2018, talvez dizem alguns, pela doença que enfrentou e pelo denodo demonstrado no combate também à pandemia, deram-lhe uma posição de vantagem na corrida sucessória, embora as concessões sociais sem aparente critério e a zeladoria da cidade quase inexistente, sejam pontos a serem superados numa possível segunda gestão.

Já o outro candidato, sem passado, sem currículo, sem verdades, sem nada além de fato de ser filho de família rica, dedicado à causa da invasão de propriedade de bens e destruição de patrimônio público e privado, representa para a cidade de São Paulo apenas o seu desejo e de seu grupo, de tomar o poder para torná-la instrumento de luta ideológica em busca da dominação do país pelo socialismo.

Algum apoio que esteja recebendo entre os jovens é fruto da doutrinação e do desconhecimento desses jovens da própria história do país e de São Paulo, e não passam de rompante típico da idade e dos rebeldes sociais sem causa.

É opinião polêmica, mas certamente, poucos hoje em dia têm a preocupação de revisitar a história, as passagens marcantes e a luta paulista pela liberdade.

Pergunte a um primeiranista de faculdade em São Paulo o que é a sigla MMDC. Por que as avenidas se chamam 23 de maio e 9 de julho. Os que souberem responder poderão entrar na roda do debate. E citei um exemplo recente, menos de cem anos dentro dos 4 séculos de vocação libertária paulistana.

O projeto do adversário de Covas não é cuidar da cidade. É usar a cidade.

Diz o lema em latim da capital: Non ducor, duco. Não sou conduzido. Conduzo.

São Paulo não pode ser conduzida por quem a ela explora.

Falar em justiça social para atentar contra valores e destruir o que a miscigenação de raças levou 3 séculos para construir, é descompromisso com a cidade, o estado e o país.

O que está em jogo não é cidade, mas o meio de usá-la como instrumento a favor da imposição de um governo tão sórdido ou pior do que foi a experiência lulopetista, não só na capital paulista, mas no país todo. E mais radical.

Esta é a minha opinião de paulistano com mais de meio século, nascido, criado e vivendo na cidade de São Paulo.

 

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

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