Dia de protestos em São Paulo
Donos de bares e restaurantes foram às ruas contra as restrições ao funcionamento; já os caminhoneiros reclamam do aumento do ICMS
Proprietários de bares e restaurantes foram às ruas na manhã desta quarta-feira, 27/01, para protestar contra a determinação do governo paulista de fechar os estabelecimentos do estado aos sábados e domingos e a partir das 20 horas durante a semana.
Os bares também não podem receber clientes presencialmente, de acordo com a nova atualização do Plano São Paulo, que colocou a maior parte do estado na fase laranja.
Nesta etapa do Plano, o comércio em geral pode fazer o atendimento presencial de clientes, respeitando o limite de 40% da capacidade total, mas bares só foram autorizados a operar com delivery.
Durante o protesto, os proprietários de bares e restaurantes disseram que já cumprem protocolos sanitários para o funcionamento na pandemia e que o fechamento traz muitos prejuízos ao setor.
Segundo organizadores, cerca de 300 pessoas participaram do ato na Avenida Paulista.
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Segundo Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP, associação que reúne empresas do setor, sábados e domingos representam mais de 70% do faturamento semanal dos bares e restaurantes.
Segundo ele, 70 mil estabelecimentos do setor fecharam as portas no estado de São Paulo desde o início da pandemia. Com as restrições 300 fecham as portas definitivamente todos os dias.
Nesse ritmo, segundo Maricato, em três meses restarão 20% do setor no estado, que hoje tem 180 mil bares e restaurantes ativos.
CAMINHONEIROS
Motoristas de caminhão também protestaram nesta quarta-feira em São Paulo. Neste contra o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O protesto começou na Praça Charles, em frente ao estádio do Pacaembu. De lá, os caminhoneiros se movimentaram até as proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e indo também para as marginais Tietê e Pinheiros.
Ao final de 2020 o governo paulista aprovou um pacote de ajuste fiscal com o intuito de aumentar a arrecadação afetada pela pandemia. Uma das medidas foi a redução linear dos benefícios fiscais do ICMS concedidos a setores da economia.
Em nota, o governo informou que “a redução de parte de benefícios fiscais da iniciativa privada é uma medida necessária para garantir a continuidade de serviços públicos fundamentais, como a distribuição da merenda diária de mais de 3.5 milhões de alunos, o pagamento dos 110 mil policiais do estado e o funcionamento 5 mil escolas e 100 hospitais estaduais. Desde o ano passado, o governo do estado conversa com o setor de carnes e aves sobre a redução de benefícios fiscais em caráter emergencial e temporário”, diz a nota.
IMAGEM: Fernando Calzzani/Estadão Conteúdo