Devagar com o andor

Vamos ter um país mais ético, dentro da média dos países desenvolvidos, uma vez que seria uma utopia mudar a cultura de uma sociedade em tão pouco tempo. Mas os últimos anos passaram dos limites

Aristóteles Drummond
22/Jun/2016
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O Brasil decente e trabalhador apoia as ações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça neste passar a limpo do país. A impunidade precisa acabar e está acabando.

Vamos ter um país mais ético, dentro da média dos países desenvolvidos, uma vez que seria uma utopia mudar a cultura de uma sociedade em tão pouco tempo. Mas os últimos anos passaram dos limites.

Nesse estado passional, a irresponsabilidade, por vezes, corre solta, e o bom senso resvala para a omissão, como que intimidados pelos sentimentos – e ressentimentos – que, em muitas ocasiões, parte de simpatia ou antipatia meramente pessoais ou por indução pela deformação  de fatos e versões.

Exemplo clássico na República foi o tenente João Alberto Lins e Barros, companheiro de Getulio Vargas na Revolução de 1930, que exerceu inúmeras funções importantes, inclusive a Interventoria, em São Paulo, e a Chefia da Polícia, no Rio, então capital da República.

A metralhadora de Carlos Lacerda o atingiu, cuspindo acusações de desonestidade. Deixou viúva e filhos no limite da pobreza, limitados a uma pensão de tenente.

Em 1972, sabedor das dificuldades da família e considerando os serviços prestados em tantos cargos públicos, o presidente Médici assinou decreto promovendo o oficial “post-mortem” para garantir uma pensão compatível à viúva.

Mais recentemente, essa esquerda que saqueou o país difamou o coronel Mário Andreazza, o maior tocador de obras do regime militar em três dos mais operosos governos.

Deixou viúva com a pensão de oficial, insuficiente para a manutenção do apartamento que possuía, vendido para cobrir gastos. Conheci uma das noras quando trabalhava na Cobal do Leblon, numa boutique de carnes gaúchas.

Isso tudo para chegar a recente e chocante iniciativa do procurador da República em relação ao presidente José Sarney, 86 anos, com mais de 60 de vida pública, de comportamento austero e vida pessoal impecável.

Deu exemplo de tolerância, patriotismo e generosidade ao longo de um difícil mandato de cinco anos. Sou testemunha de sua bondade ao acompanhar a doença de seu ministro e meu então chefe, amigo querido, José Hugo Castelo Branco.

Nada surpreendente em homem que foi excepcional filho. À luz dos números, os resultados de seu governo foram altamente positivos, mesmo com a inflação galopante que assustava os brasileiros e outras nações naqueles anos.

Fernando Gabeira já se manifestou sobre o exagero de se colocar uma tornozeleira no veterano homem público.

Diria que, mais do que um exagero, é um desrespeito a uma personalidade da politica e da literatura, membro que é da Academia Brasileira. Muito diferente de outros ex-presidentes, de má conduta tristemente inquestionável.

Manifestação que faço por uma questão de consciência e compromisso com a verdade.  

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