China é maior destino (em volume) das exportações brasileiras
A participação da China nas exportações do Brasil passou de 4,2%, em 2002, para 26,6%, em 2018, de acordo com estudo da FGV

As exportações brasileiras recuaram 10,4%, em valor, na comparação de junho deste ano com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a queda chegou a 3,5%.
Os dados são do Índice de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com a FGV, o resultado foi puxado pela queda nas exportações para os principais parceiros do país: Estados Unidos, China e Argentina. No caso do nosso vizinho sul-americano, o recuo das vendas brasileiras é explicado pela crise econômica naquele país.
No caso da China, que é destino de 26% das nossas exportações, a queda do valor exportado em junho foi 4,1%. Segundo a FGV, houve uma queda de 3,7% no volume exportado e de 1,9% no preço desses produtos.
Segundo a análise, a participação da China nas exportações do Brasil passou de 4,2%, em 2002, para 26,6%, em 2018. A FGV disse, em nota, que o movimento "é explicado principalmente pela expansão do volume de comércio, pois apenas entre 2002/08 o crescimento dos preços superou o do volume, mesmo assim com uma diferença ao redor de 4 pontos de porcentagem".
No mesmo período, a participação dos Estados Unidos nas exportações do Brasil caiu de 25,4% para 12%, mostra a análise da FGV. De acordo com a entidade, houve queda no volume exportado para os EUA, "exceto na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019".
"Nesse último período, as exportações para o mercado estadunidense cresceram 22,2% enquanto da China, 2,1%. Exportações do mercado aeronáutico (aviões, peças para aviões), petróleo e produtos siderúrgicos explicam o desempenho favorável nos Estados Unidos", diz a nota da FGV.
Quando se olha para a pauta de importações, a participação da China passou de 3,3% para 19,2% e a dos Estados Unidos, de 21,8% para 16%, sempre na comparação de 2002 com 2018.
Elaborado com dados do Ministério da Economia, o Icomex de junho apontou ainda que o setor externo do Brasil fechou o primeiro semestre com avanço de 3,5% nas exportações e estabilidade nas importações, na comparação com o primeiro semestre de 2018, quando se considera os valores, ponderando volume e preços.
Na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019, porém, o volume exportado cresceu (2%) liderado pelas commodities (7,5%), enquanto a variação nos preços foi negativa para as commodities.