Brasileiros são os que mais desejam dispositivos digitais

Pesquisa da consultoria PwC revela que um terço dos consumidores mundo afora planejam comprar um assistente, como o Amazon Echo (na foto), nos próximos anos ante 59% dos brasileiros

Mariana Missiaggia
23/Abr/2018
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Brasileiros são os que mais desejam dispositivos digitais

Cada vez mais propensos às compras por meio de smartphones, os brasileiros demonstram muito interesse na aquisição de eletrônicos para uso pessoal.

Há cinco anos, apenas 15% da população utilizava esses aparelhos como canal de compra, de acordo com a Global Consumer Insight Survey 2018, pesquisa conduzida a cada ano pela PricewaterhouseCoopers (PwC) que define tendências de consumo em 27 países, incluindo o Brasil. Hoje, 41% dos entrevistados optam pela modalidade ao menos uma vez por mês. 

Os consumidores utilizam atualmente celulares como uma ferramenta de compras rotineiras. Também telefones, tablets e outros dispositivos de comando de voz, como os wearables, como anéis, pulseiras e relógios, estão se tornando a principal escolha destes consumidores.

Globalmente, o uso de telefones celulares para compras mais do que dobrou nos últimos seis anos (17%). O número se aproxima rapidamente ao de compras feitas pelos computadores pessoais, que segue estável em 20% nos últimos cinco anos.

No Brasil, essa opção de pagamento móvel é adotada por 30% dos entrevistados que disseram utilizar o celular para fazer compras diárias ou semanais.

Ainda neste contexto, 41% dos participantes responderam que fazem uso de celulares para suas compras, sejam elas diárias, semanais ou mensais. Nos tablets, esse número cai para 30%, e nos computadores, 58%.

De acordo com a pesquisa, os consumidores da Ásia, em particular da China, saíram na frente ao adotar novas tecnologias de todos os tipos mais rapidamente. Apenas 16% dos entrevistados americanos disseram utilizar seus telefones celulares e smartphones para compras frequentes ante 52% dos  chineses.

TENDÊNCIA

Entre as tendências apontadas pela pesquisa está a utilização de equipamentos comandados por voz e suportados por inteligência artificial, como um robô ou um assistente pessoal automatizado como o Amazon Echo, o Google Home e o Genie do Alibaba, utilizados para compras domésticas.

Este dispositivos, disponibilizados pela primeira vez em 2015, avançam lentamente de forma global. No entanto, os consumidores brasileiros estão entre os que mais demonstram interesse em adquirí-los.

Na comparação global, apenas 10% dos entrevistados disseram que já possuíam um dispositivo assistido por voz, abaixo, portanto, dos 14% no Brasil.

Outros 32% disseram que apesar de não possuírem, planejam comprar um assistente IA nos próximos anos, enquanto no Brasil, o interesse representa 59% dos entrevistados

A China é o país com a maior percentual de consumidores que planejam comprar um dispositivo com inteligência artificial, em proporção duas vezes maior, quando comparado aos Estados Unidos.

Por outro lado, a pesquisa levanta dúvidas se este mesmo número de consumidores desenvolverá o hábito de consumir por meio do Amazon Alexa ou no Assistente do Google para compras casuais ou se os dispositivos acabarão servirão apenas para compras recorrentes.

O VAREJO E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Com o objetivo de promover a experiência de consumo dos clientes e a conversão dentro das lojas, as empresas estão cadas vez mais atentas à novas possibilidades de compras.

O lançamento da Amazon Go, loja física sem atendentes, também trouxe um alerta para o mercado em geral -cada vez mais surgem negócios com orientação tecnológica, baseados no autoatendimento. 

Muitas empresas estão testando sistemas de alta tecnologia, como robôs que ajudam a manter prateleiras abastecidas ou aplicativos que permitam aos consumidores passarem itens pelo caixa apenas com o uso de um smartphone. 

Em parceria com a Gucci, a varejista de luxo Farfetch lançou o F90, serviço que permite que compradores de dez cidades do mundo -incluindo Los Angeles, Dubai, Tóquio e São Paulo -encomendem itens on-line e os recebam dentro de 90 minutos.  

Algumas empresas, como o Walmart, estão implantando realidade virtual para personalizar a experiência de seus clientes nas lojas. Um exemplo disso é a possiblidade de um consumidor aproximar o telefone celular a uma gôndola específica e receber uma lista de produtos relacionados e sua localização dentro da loja.

Outras marcas como a Best Buy e a Restoration Hardware, estão testando o conceito de showrooming, ao oferecer os benefícios sensoriais das compras nas lojas sem o custo de manter estoques.

Ou seja, os clientes conhecem e testam os produtos que desejam na loja física e os encomendam online -o mesmo conceito adotado pela brasileira Amaro, entre outras companhias nacionais.

A China, que também costuma antecipar modismos tecnológicos, tem bons exemplos de compras automatizadas. A Alibaba, uma das gigantes da internet, investiu em 35 supermercados automatizados, o Hema.

O negócio combina pedidos online com caixas automatizados, onde os clientes escaneiam os produtos em quiosques e utilizam reconhecimento facial para pagar suas compras, enquanto esteiras levam as sacolas à porta da loja.

Outro grande varejista online na China, a JD.com se juntou a uma incorporadora para construir centenas de lojas de conveniência sem funcionários. Chips de leitura serão usados nos itens para automatizar o processo de pagamento.

Outra tendência é a parceria de exclusividade entre marketplaces e algumas marcas. Em 2017, a Amazon se juntou à Calvin Klein para oferece peças únicas numa experiência de lojas pop-up, com o dispositivo Alexa dentro dos provadores - uma espécie de assistente digital controlada por voz.

FOTO: Thinkstock

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