As oficinas do Diário do Comércio

O DC teve impressão própria até o final dos anos de 1990. No início era rodado em mimeógrafo, até que em 1954 inaugurou uma modesta gráfica no subsolo da sede da ACSP. Mais à frente, nos anos de 1980, o parque gráfico mudou para a Rua Galvão Bueno, nas antigas instalações do Diário Oficial de São Paulo (foto)

Renato Carbonari Ibelli
22/Jan/2024
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As oficinas do Diário do Comércio

A edição do Diário do Comércio de 3 de julho de 1954 anunciava, com entusiasmo, que a partir daquela data o jornal seria impresso em gráfica própria, instalada à rua General Carneiro, 79, subsolo da sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A publicação completava então seus 30 anos. 

Era um passo ousado, visto que os anos de 1950 foram marcados pela escassez de papel jornal - uma consequência da Segunda Guerra Mundial -, mas coerente com a postura independente que o DC assumia. 

Em editorial publicado na capa daquela edição de 3 de julho, João Di Pietro, então presidente da ACSP, lembrava do início modesto do Diário do Comércio, que nasceu distribuído em cópias mimeografadas, mas que “pela seriedade e pelo critério de seus serviços, trocou o estêncil pelas Mergenthaler [referência a Ottmar Mergenthaler, inventor do linotipo].”

Nesse mesmo editorial, Di Pietro resume a função principal do jornal, que norteia a publicação até os dias de hoje, que é deixar os empresários “... a par de tudo o que se passa nos meio econômicos e financeiros do país e do mundo”, além de ser o “espelho onde as realizações da ACSP se refletem.” 

A edição do Diário do Comércio de 3 de julho de 1954 anunciava a solenidade de inauguração da gráfica do jornal. O evento seria seguido por um almoço no Jardim de Inverno Fasano

 

A inauguração da modesta gráfica foi oficializada em evento na sede da ACSP, às 11 horas, com a presença de autoridades civis, militares e religiosas, além de representantes da imprensa. A edição de 3 de julho, já rodada de forma experimental em oficina própria, lembrava que a cerimônia de inauguração seria seguida de almoço no Jardim de Inverno Fasano.

Anos depois, em dezembro de 1957, o parque gráfico do DC é transferido para a rua Barão de Ladário, 125, no bairro do Brás. Além da mudança de endereço, o formato do jornal também é atualizado, ganhando o padrão standard, acompanhando o padrão das principais publicações da época.

EM NOVO ENDEREÇO

Uma nova empreitada gráfica se passa na década de 1980, quando o jornal instala suas oficinas na Rua Galvão Bueno, 83, na Liberdade, local onde funcionava a antiga gráfica do Diário Oficial de São Paulo. Essa mudança acontece em 1982.

Com os equipamentos herdados do Diário Oficial, foi possível melhorar a publicação, que ganha um novo projeto editorial, incluindo mudanças em seu logotipo. A troca de endereço também abre espaço para a implantação de um departamento de marketing próprio para cuidar das assinaturas e comercialização de espaços publicitários.

Em sentido horário, o prédio da rua Galvão Bueno onde funcionou o parque gráfico do Diário do Comércio entre os anos de 1980 e 1990; os linotipos, que fundiam em chumbo as matrizes de cada linha das páginas do jornal; a fundição; e o conjunto rotativo

 

No início dos anos de 1990 foi a vez da redação do jornal receber melhorias, com as máquinas de escrever substituídas por computadores. Em contraste à informatização da redação, a gráfica do Diário do Comércio estava obsoleta, ainda operando com linotipo. 

Investimentos foram feitos nesse período para implantar a impressão em fotolito, mas modernizar completamente as oficinas exigiria investimentos elevados. Então, em 1998 a diretoria da ACSP decide terceirizar a impressão, que passa a ser feita na OESP, a gráfica do Estadão. Naquele ano, pela primeira vez o DC recebe cores variadas em suas páginas. 

LEIA MAIS: Entramos no ano do centenário do Diário do Comércio

 

IMAGENS: Biblioteca/ACSP

 

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