Allmini é a nova concorrente na venda de produtos asiáticos

Com preço médio de R$ 30, a loja inaugurada no centro de São Paulo quer se destacar pela seleção e qualidade dos produtos

Thais Ferreira
27/Nov/2017
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Allmini é a nova concorrente na venda de produtos asiáticos

Quem caminha pela Rua São Bento, no centro de São Paulo, nota que há uma loja nova. No horário do almoço, o movimento de consumidores é intenso. É difícil se movimentar pelos corredores.

Num primeiro olhar, é fácil confundir o local com uma das filiais da Miniso, rede japonesa que recentemente inaugurou cinco lojas no Brasil.

O estabelecimento bem iluminado e com paredes claras vende produtos de decoração, papelaria e utilidades para casa. Dentro da loja, os clientes perguntam para os vendedores se a loja faz parte da rede Daiso.

As comparações são inevitáveis. Mas diferente das outras lojas, a Allmini tem um pé na Ásia, mas foi criada no Brasil.

O taiwanês Chao Han e a chinesa Kelly Qiao, que moram em São Paulo, são os fundadores da loja. Eles perceberam que existia uma lacuna no mercado brasileiro de objetos de decoração e utilidades do lar. 

“Existem duas opções para os consumidores: ou eles compram produtos mais baratos na Rua 25 de março ou vão para as lojas de shoppings que são mais caras”, afirma Han.

A Allmini, inaugurada a cerca de um mês, pretende ser o meio termo entre essas duas opções. Os itens custam em média R$ 30 e são importados da China.

SELEÇÃO DE PRODUTOS

A inspiração veio do varejo asiático, principalmente das lojas encontradas em Seul, capital da Coréia do Sul.

Durante algumas viagens, os sócios notaram a variedade de produtos que eram oferecidos para os consumidores.

Como a concorrência é muito grande nesses países, os varejistas estão muito mais atentos às tendências e inovações.

“No Brasil, falta diversidade. Uma loja de artigos para casa por aqui, por exemplo, tem três ou quatro modelos e cores de talheres”, afirma Bruno Joanna, responsável pelo marketing e identidade visual da AllMini, que passou uma temporada na China.  “Na Ásia, ficamos tontos com a quantidade de opções.”

A demanda brasileira por produtos diferenciados fica mais evidente com o sucesso de sites internacionais no Brasil, como o Aliexpress.

Em 2016, 21,2 milhões de brasileiros gastaram US$ 2,4 bilhões em sites internacionais – 17% a mais do que no ano anterior, de acordo com os dados da E-bit.

“Mesmo correndo o risco de serem taxados ou do produto não corresponder às expectativas, os consumidores brasileiros recorrem a esses sites porque não encontram esses itens por aqui”, diz Han.

Na visão do empresário, esses clientes buscam algo mais em cada objeto. “Eles não querem apenas um copo para beber água, eles desejam que o copo seja também um objeto interessante e que ajude a compor a decoração”. 

Por isso, os produtos da Allmini têm um design diferenciado para atender essa demanda que hoje não é bem atendida.  

Entre os objetos que chamam mais atenção na loja estão pequenas panelas decoradas, fones de ouvido coloridos, vasos, mochilas, almofadas e brinquedos para cachorros.

A pesquisa e seleção de produtos demoraram cerca de seis meses.  Os primeiros resultados já apareceram. Em menos de um mês, a empresa já opera na capacidade de atendimento.

LOJA DA ALLMINI NA RUA SÃO BENTO

CONCORRÊNCIA

Lojas de produtos importados da Ásia não são novidade em São Paulo. As lojas de produtos chineses e japoneses começaram a fazer sucesso em meados da década de 1990.

Na época, pequenas lojas na fundadas por imigrantes vendiam principalmente itens de papelaria e bichos de pelúcia. 

Nos últimos anos, as grandes redes asiáticas perceberam o potencial do mercado consumidor brasileiro. A primeira foi a Daiso, que chegou no país no começo dos anos 2000. Recentemente, a Miniso abriu as primeiras lojas.

Han não acredita que essas sejam concorrentes diretas da Allmini. “Sou consumidor da Daiso e respeito muito a trajetória da empresa, mas somos muito diferentes”, afirma.

Os preços baixos, característica dessas redes, não são o foco da empresa. Na Daiso, por exemplo, grande parte dos produtos custa R$ 7,99 – valor muito acima dos R$ 30 da Allmini.

De acordo com Han, a empresa quer se destacar pela qualidade dos produtos e pela experiência dos clientes.

O que atrai os consumidores é o design dos itens e da loja. Por esse motivo, a empresa não tem planos de abrir um e-commerce. Na internet, os mesmos objetos não teriam o mesmo impacto.

VÍDEO: Will Chaussê/Diário do Comércio

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