Vult busca se consolidar como referência para mulher periférica
Ações da marca, que pertence ao Boticário, procuram empoderar e emancipar economicamente mulheres das classes C e D por meio de cursos e parcerias
Com um movimento financeiro estimado em mais de R$ 119 bilhões por ano, as favelas estão no centro do planejamento estratégico de muitas empresas. Neste rol, a Vult - comprada pelo Grupo Boticário em 2018 - tem trabalhado para se tornar referência para as mulheres periféricas.
Mantendo o posicionamento jovem e popular, concebido desde quando surgiu em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, a Vult trabalha com dois vieses: o de se aproximar de consumidoras das classes C e D, e também o de inserir essas mulheres no mercado da beleza, por meio da plataforma 220 Vults.
Até agora, mais de 11 mil maquiadoras e manicures foram formadas pelo projeto. A meta é formar 19 mil profissionais até 2024. A ação, que foi traçada em conjunto com o Empreendedoras da Beleza, envolve também a profissionalização voltada ao desenvolvimento pessoal, empreendedorismo e técnico-optativo.
Uma pesquisa interna com as formandas já mostra que parte dessas profissionais conseguiu aumento de cerca de 45% na renda das famílias após o curso.
Para além da capacitação, Marcela De Masi, diretora executiva de branding e comunicação do Grupo Boticário, diz que a Vult também busca emplacar os talentos de 220 Vults em iniciativas de marketing, como shootings, campanhas e ações com grandes artistas e celebridades.
Patrocinadora do Acadêmicos do Salgueiro, a marca formou no final do último ano 120 profissionais dentro da comunidade e levou mais de 120 maquiadoras recém-formadas para seu espaço de beleza dentro de um camarote na Sapucaí. Além disso, os integrantes do desfile também tiveram suas maquiagens assinadas pelas profissionais formandas do projeto.
Outra forma de viabilizar a carreira dessas profissionais acontece em parceria com a agência de influenciadores Digital Favela, que tem como objetivo dar visibilidade a criadores de conteúdo periféricos.
Tendo como carro-chefe uma linha de maquiagem voltada às classes C e D, a Vult tem produtos vendidos a menos de R$ 10 - valor mais baixo que o praticado pela Quem Disse, Berenice?, outra marca do Grupo Boticário voltada principalmente à maquiagem.
Sobre concorrência interna, Marcela diz que cada negócio tem o seu território, personalidade, objetivo e posicionamento para garantir a construção individual de cada marca.
Em maio de 2022, a Vult lançou a campanha “Voa, que o mundo é seu”. O movimento marcou a renovação de sua identidade visual em sintonia com o processo de aprofundamento em propósito da marca.
“A Vult é uma marca que sempre esteve muito ligada em democratizar o acesso às tendências no mercado de beleza. Queremos dar um passo à frente na conexão emocional com os nossos consumidores e fazer com que, por meio da beleza, cada vez mais mulheres tenham orgulho da própria origem”, diz Marcela.
Na nova identidade visual, o nome da marca aparece com tipografia mais grossa, melhorando a leitura, e o ícone da borboleta agora mira o horizonte, representando o “desejo de voar mais alto”.
Sobre o novo posicionamento, a diretora explica que a Vult está empenhada em fornecer possibilidades e dar voz às mulheres, além de considerar que inibir o preconceito é a melhor forma de abrir caminhos e ocupar espaços.
IMAGEM: Vult/divulgação