Volume de operações de fusões e aquisições cresce 28% em 2018

As transações somaram R$ 177,2 bilhões. Em número de operações, houve queda de 143, em 2017, para 140 no ano passado, de acordo com Anbima

Estadão Conteúdo
18/Mar/2019
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O volume de operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) anunciadas em 2018 cresceu 28% frente ao ano de 2017.

As transações somaram R$ R$ 177,2 bilhões, de acordo com boletim da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Em número de operações, houve queda de 143, em 2017, para 140 no ano passado. O crescimento em volume acima do número de operações foi puxado pela transação da Suzano Papel e Celulose e Fibria.

Os fundos de private equity participaram com R$ 3,7 bilhões em operações relacionadas a investimento, abaixo dos R$ 9,7 bilhões de 2019, enquanto os desinvestimentos somaram R$ 6,7 bilhões no ano passado, contra R$ 3,4 bilhões em 2017.

Operações para aquisição de controle seguiram como principal objetivo dos negócios feitos nesse mercado no ano passado, envolvendo R$ 111 bilhões em volume de transações. Esse número é inferior ao de 2017, quando somaram R$ 110,9 bilhões.

O ranking das instituições financeiras que mais conduziram operações de M&A no ano passado é liderado pelo BTG Pactual, em número de operações, com 26 delas, enquanto em volume financeiro o ranking é liderado pelo JPMorgan, com R$ 82,4 bilhões em transações fechadas pela casa.

EXPECTATIVA

A indústria de fusões e aquisições está bastante otimista com o ano de 2019, especialmente do ponto de vista econômico.

No entanto, muitos players aguardam uma maior visibilidade sobre as reformas e mudanças estruturais no mercado para tomarem suas decisões, segundo o coordenador do Subcomitê de Fusões e Aquisições da Anbima, Dimas Mena.

"O ano de 2018 foi muito bom e esperamos que essa trajetória se mantenha em 2019", afirmou Mena, em teleconferência para apresentar os números do ano passado. "O desempenho econômico e as sinalizações de aumento do papel do mercado de capitais são fatores positivos e temos expectativa favorável para a reforma da previdência e outras reformas necessárias para o investimento de longo prazo."

Mena indicou, porém, que o fechamento das operações, dada a característica do investimento de longo prazo, dependerão de uma sinalização mais clara da previdência e, em certos casos, de alterações do ambiente e marco regulatório.

Ainda assim, Mena acredita que isso, não necessariamente, indica que o fechamento das transações ficará para 2020.

"As companhias buscam se preparar nesse momento para tomar decisões estratégicas e conforme as reformas forem sendo discutidas e houver indicação de consenso, é possível que a criação de um ambiente de segurança facilite o fechamento das operações", disse Mena. 

O coordenador comentou ainda que os fundos de private equity seguem captando e otimistas com o País. Ele disse ainda ser cedo para projetar números para 2019, mas reiterou que a perspectiva é favorável.

Mena destacou que o setor de infraestrutura tende a ser o que deve atrair investidores, lembrando que em 2018, os asiáticos devem retomar seus investimentos assim que novas oportunidades forem sendo geradas.

Ele citou que em 2018, a participação desses investidores em transações no País caiu para 5,4%, de 23,2% em 2017.

IMAGEM: Thinkstock

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